O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), preso nesta terça-feira (16) em operação da Polícia Federal, foi o magistrado responsável pelo mandado de prisão do então deputado TH Joias, expedido em setembro.
O desembargador é o relator no TRF-2 no caso do TH Joias. Portanto, o responsável por determinar pedidos de prisão contra alvos da operação.
De acordo com as investigações, Macário teria avisado o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), sobre a Operação Zargun, que mirou o parlamentar. Por isso, foi preso nesta terça.
Desembargador federal é preso pela PF na 2ª fase da operação que mira presidente da Alerj
Em setembro deste ano, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB), foi preso suspeito de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho (CV).
Enquanto ainda era presidente da Alerj, Bacellar foi preso em 3 dezembro, suspeito de ter vazado informações sigilosas da operação da PF.
Em sua decisão, Moraes afirmou que há “fortes indícios” da participação de Bacellar em uma organização criminosa. Segundo trecho da decisão obtida pelo g1 e pela TV Globo, ele estaria atuando ativamente pela “obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo Estadual”.
Prisão e afastamento de Bacellar
Bacellar foi preso em 3 de dezembro, dentro da superintendência da PF no Rio de Janeiro (RJ), após ser chamado para uma reunião. Durante a operação, a PF apreendeu R$ 90 mil no carro do deputado.
No dia 8 de dezembro, parlamentares da Alerj votaram no plenário pela soltura do então presidente da Assembleia. Naquele dia, foram 42 votos "sim", para revogar a prisão de Bacellar, e 21 votos "não".
No dia 9 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revogou a prisão de Bacellar e determinou a substituição da detenção por medidas cautelares.
A suspeita de vazamento havia sido levantada no próprio dia da Operação Zargun pelo procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira. Ele afirmou na ocasião que “houve uma certa dificuldade” para achar TH.
“O parlamentar havia saído do condomínio por volta das 21h40 [de terça, 2, véspera da operação], deixando a casa completamente desarrumada, o que pode sugerir uma fuga e o desfazimento de vestígios de fatos criminosos”, declarou.
TH de fato não estava em casa, na Barra da Tijuca, quando as equipes chegaram, e só foi encontrado horas depois na residência de um amigo, no mesmo bairro.
Em um dos vídeos enviados por TH Joias a Bacellar, na véspera da operação, ele mostra um freezer com carnes para o então presidente da Alerj e faz piadas. A Polícia Federal considera as imagens como um indício de que Bacellar avisou ao ex-deputado sobre a operação.
De acordo com a Constituição Federal, quando um deputado estadual é preso em flagrante por crime inafiançável, cabe à própria Assembleia decidir se o encarceramento é necessário.
Desembargador alvo da PF expediu mandado de prisão de TH Joias
Published 9 hours ago
Source: g1.globo.com
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