
Fernando de Souza Oliveira presta depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, em Brasília TV Globo/Reprodução A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu nesta terça-feira (16), por unanimidade, o delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira. Oliveira era um dos seis réus do núcleo 2 da trama golpista – aqueles que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, tinham gerenciado as principais iniciativas da organização criminosa. O grupo era acusado de cinco crimes: golpe de Estado; abolição do Estado Democrático de Direito; dano qualificado; deterioração do patrimônio tombado; e organização criminosa. Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes votou por absolver Fernando de Sousa Oliveira de todas essas acusações. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino acompanharam o voto. Maioria da 1ª turma do STF condena 5 réus do núcleo 2 Quem é o delegado? À época dos ataques à Praça dos Três Poderes, Fernando de Sousa Oliveira chefiava a pasta interinamente, já que o titular da pasta, Anderson Torres, tinha viajado de férias para os Estados Unidos. Em 2023, em depoimento à Polícia Federal, Oliveira disse que acreditava ter havido erro de execução da Polícia Militar no plano de segurança para a Esplanada dos Ministérios. "Ocorreu erro operacional de execução da PM. Desde o sábado recebeu apoio, passou dezenas de informações desencontradas, inverídicas que não se confirmavam com a realidade dos fatos. Falavam em 600 homens e não tinham". Em agosto deste ano, o delegado da PF foi suspenso por 34 dias do cargo como punição "pela condução da segurança pública local no período que antecedeu os eventos de 8 de janeiro de 2023", segundo portaria divulgada no Diário Oficial da União. O que Fernando Oliveira já disse? Supremo Tribunal Federal Interrogado no STF, Oliveira afirmou que Anderson Torres não fez uma transição antes de se afastar para uma viagem ao exterior na véspera do dia 8 de janeiro. Ele afirmou ainda que o afastamento de Torres fez parte de uma série de surpresas e que até o gabinete do governador do DF e o comandante da PM também demonstraram não ter conhecimento da saída do titular. De acordo com o delegado, Torres foi alertado das chances de atos violentos, mas manteve a afastamento. “Questiono sobre a viagem, se não seria correto ele adiar a viagem… ele diz que demonstrava confiança na Policia Militar do DF e o PAI [Plano de Ação Integrada] que ele julgou que estava perfeito e na sequência mantém a viagem”. Oliveira classificou o 8 de janeiro como o “maior ato de agressividade que viu na vida. Nunca vi tanto ódio e violência. Policiais foram guerreiros”. No fim do interrogatório, Oliveira chegou a embargar a voz ao defender que agiu dentro da legalidade e tomou medidas para evitar atos violentos. Deputados distritais se reúnem para primeiro depoimento da CPI dos Atos Antidemocráticos CPI da Câmara do DF Fernando Oliveira foi o primeiro convocado a prestar depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos criada pela Câmara Legislativa do DF na esteira dos atos de 8 de janeiro. Questionado sobre a não execução do plano operacional que tinha sido elaborado para aquele dia, Oliveira disse que ainda não ocupava oficialmente o cargo de secretário de Segurança Pública. "Eu assumiria oficialmente na segunda-feira. Eu estava aqui, mas era o secretário-executivo. Tanto que eu reportava todos os dias ao secretário Anderson. Até para falar com o governador, eu me reportava para o Anderson", contou. Sobre o acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, o delegado afirmou que ocorreram três tentativas de desocupação, sem sucesso por "motivos alheios". Questionado sobre esses motivos, Oliveira apontou que a área seria de responsabilidade do Exército. Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
