Monitoramento aponta mais de 16 mil registros de tubarões na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha

Published 3 hours ago
Source: g1.globo.com
Monitoramento aponta mais de 16 mil registros de tubarões na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha

Pesquisa monitora tubarões na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha Pesquisadores divulgaram dados do monitoramento de tubarões na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha. Entre julho de 2024 e dezembro de 2025, o receptor acústico registrou 16.120 detecções, que identifica a passagem de animal com transmissor na área (veja vídeo acima). De acordo com os estudiosos, o equipamento identificou um tubarão-limão e sete tubarões-tigres que estavam marcados com transmissores acústicos. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Alguns animais aparecem com mais frequência na área. A bióloga Bianca Rangel, coordenadora do Projeto Tubarões e Raias de Noronha, informou que duas fêmeas de tubarão-tigre se destacaram. Uma delas teve 7.353 registros, e a outra, 3.686 detecções em um ano e meio de monitoramento. O monitoramento usa tecnologia de telemetria acústica e é feito em parceria com o professor Jones Santander Neto, do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). Ao todo, a pesquisa marcou 62 tubarões com rastreadores acústicos. 48 tubarões-tigres 7 tubarões-bico-fino 3 tubarões-lixas 2 tubarões-martelos 2 tubarões-limão Pequisa aponta que tubarões-tigres caçam tartarugas no Sueste Fábio Borges/Projeto Tubarões e Raias de Noronha LEIA TAMBÉM: Pesquisadores alertam banhistas para evitar incidentes com tubarões em Fernando de Noronha Pesquisadores desenvolvem aplicativo para evitar incidentes com tubarões em Fernando de Noronha Incidentes A Baía do Sueste passou a receber atenção especial após dois incidentes graves. O primeiro ocorreu em dezembro de 2015, quando o turista Márcio de Castro Palma foi mordido e perdeu a mão e parte do braço direito. O segundo caso aconteceu em janeiro de 2022. Uma menina de 8 anos foi mordida por um tubarão e teve a perna amputada. Os dois ataques, registrados na Praia do Sueste, foram atribuídos a tubarões-tigres. Após esses episódios, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) proibiu o banho e o mergulho na região. Os dados do monitoramento são repassados ao órgão. Outros locais Além do Sueste, outros 19 receptores acústicos estão espalhados pela ilha. As maiores detecções de tubarões-tigres ocorreram em áreas próximas à Laje Dois Irmãos, Praia do Leão, Baía dos Golfinhos, Ponta da Sapata, Ilha Rasa e Ilha do Meio. A Laje Dois Irmãos concentrou o maior número de registros. No local, 37 tubarões geraram mais de 30 mil detecções em um ano, um número bem superior ao registrado no Sueste. “Uma análise geral dos receptores ao redor da ilha concluímos que a Baía do Sueste não é o local principal de preferência dos tigres. A frequência é baixa em relação a outros pontos em Noronha”, explicou Bianca Rangel. Os pesquisadores também usam drones para acompanhar a área. De acordo com o coordenador do Projeto Tubarões e Raias, Fábio Borges, os tubarões-tigres entram na Baía do Sueste principalmente para caçar, sobretudo tartarugas. Segundo ele, o local é usado como área de predação. Para Borges, esse comportamento reforça que a proibição do banho no Sueste é uma medida correta. “Até a gente entender o comportamento dos animais, a decisão é acertada. O risco é um pouco maior para o banhista no Sueste. O animal está tentando caçar, se ele encontrar uma pessoa, o tubarão pode tentar a investigar do que se trata”, indicou o coordenador. Fábio Borges ressaltou que seres humanos não fazem parte da dieta dos tubarões. Segundo ele, se isso acontecesse, os incidentes seriam frequentes, já que há pessoas e tubarões no mar todos os dias. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

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