Influenciador Lohan Ramires tem nova prisão decretada e MPMG requer extradição dos Emirados Árabes

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Influenciador Lohan Ramires tem nova prisão decretada e MPMG requer extradição dos Emirados Árabes

Lohan Ramires é considerado foragido, estaria nos Emirados Árabes e o nome dele está na lista vermelha da Interpol Reprodução/Redes Sociais O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) uma nova decisão que decreta a prisão preventiva do influenciador digital Lohan Ramires de Souza Santos, de Uberlândia. Lohan foi condenado por lavagem de dinheiro e outros crimes e, segundo o órgão, está foragido nos Emirados Árabes. A partir da ordem judicial, o MP informou que já está tratando, por meio da Secretaria de Assuntos Internacionais do órgão, o pedido de extradição de Lohan junto ao Ministério das Relações Exteriores para que ele possa responder aos crimes no sistema penitenciário brasileiro. O g1 entrou em contato com a defesa de Lohan, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Triângulo no WhatsApp Lohan foi investigado em operações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, sendo condenado por associação criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e por dificultar o andamento das investigações. As penas somadas chegam a 23 anos de prisão. Fuga para os Emirados Árabes e nova prisão Segundo o MPMG, Lohan fugiu para os Emirados Árabes quando soube da condenação. O nome dele já havia sido incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo usado para localizar e prender foragidos em outros países. O influenciador foi preso em setembro, em Dubai, mas pagou fiança e foi liberado. Na época, o então advogado de defesa Diego Ferreira de Matos disse que o cliente foi detido ao renovar o passaporte, permanecendo preso até o dia 4, quando foi liberado após pagar fiança de quase R$ 3 mil. Segundo o MP, a liberação do condenado não implica no processo criminal que tramita no Judiciário Brasileiro. A decisão pela prisão preventiva levou em conta o descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente e o fato de o réu estar foragido, o que, segundo a Justiça, compromete a aplicação da lei penal. "Além da evidente comprovação de que Lohan praticou os múltiplos crimes pelos quais restou condenado neste processo, mostram-se presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP, tendo em vista que o réu foi preso fora do país em 1º/09/2025, na condição de foragido da Justiça, em evidente descumprimento das medidas cautelares anteriormente impostas nestes autos, as quais foram mantidas por este egrégio TJMG no julgamento do habeas corpus acima mencionado, o que justifica a decretação de sua prisão preventiva", alegou o relator do processo, o desembargador Eduardo Brum. O voto do relatou foi seguido pelos demais magistrados da 4ª Câmara Criminal do TJMG. 🔎 Os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal (CPP) tratam sobre a decretação de prisão preventiva, para garantir a ordem pública ou econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, quando houver prova do crime. É admitida em crimes dolosos com pena superior a 4 anos e também em caso de descumprimento de medidas cautelares. Entenda o caso O influenciador digital Lohan Ramires de Souza Santos é conhecido por ter mais de 600 mil seguidores nas redes sociais. As investigações apontam que ele ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, sustentada por atividades criminosas. Entre elas, a venda ilegal de anabolizantes e o comércio clandestino de celulares importados sem pagamento de impostos. Para ocultar a origem do dinheiro, ele teria usado empresas de fachada, contas de terceiros e transações fracionadas, com o objetivo de dar aparência de legalidade aos valores. Segundo o Ministério Público, o influenciador também tentou atrapalhar o trabalho do Sistema de Justiça ao solicitar a restituição de veículos apreendidos por meio de procurações e declarações falsas, tentando induzir autoridades ao erro. O caso é resultado da operação 'Diamante de Vidro', que investigou uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, receptação, estelionato e lavagem de dinheiro em Uberlândia. O MPMG aponta que o condenado não possuía renda declarada compatível com o patrimônio movimentado, estimado em cerca de R$ 11 milhões entre 2018 e 2022. O influenciador também foi alvo da operação 'Erínias', que apurou a atuação de uma organização criminosa suspeita de planejar crimes contra autoridades, incluindo promotores de Justiça e um delegado de Polícia. O g1 reuniu, em ordem cronológica, os principais fatos que marcam a trajetória de Lohan Ramires, de investigações por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas até as acusações de planejar atentados contra autoridades da segurança pública. Veja a seguir. O que pesa contra Lohan Ramires na Justiça brasileira Desde 2020, Lohan Ramires era investigado pela Polícia Civil como parte de uma organização criminosa em Uberlândia. O grupo atuava com tráfico de drogas, extorsão, receptação, porte ilegal de armas, estelionato e lavagem de dinheiro. Lohan foi apontado como responsável por lavar valores ilegais e transformá-los em bens de luxo. Segundo a polícia, ele movimentou mais de R$ 11 milhões em suas contas, valor incompatível com a atividade declarada de vendedor de celulares e influenciador digital. 2021: Operação Diamante de Vidro Em 17 de agosto de 2021, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e as polícias Civil e Militar deflagraram a Operação Diamante de Vidro. Foram cumpridos 117 mandados em cidades de Minas Gerais e São Paulo contra a organização criminosa. Lohan foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão em um dos processos da operação e a 3 anos de prisão em outro. Lohan Ramires era vendedor de celulares e afirmava ser influenciador digital, com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais Reprodução/Redes Sociais 2022: Operação Má Influência Em 27 de maio de 2022, Lohan foi preso na Operação Má Influência, que investigava lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Segundo o Gaeco, ele liderava um esquema de compra de anabolizantes em Goiânia com documentos falsos e revenda em Uberlândia. Pela operação, Lohan foi condenado a 12 anos, 11 meses e 18 dias de prisão. LEIA TAMBÉM: BMW com cinto de grife: a vida de luxo de Lohan Ramires Dodge Ram de Lohan Ramires se transforma em viatura 2023: Habeas corpus e Operação Erínias Em junho de 2023, Lohan saiu da prisão após um habeas corpus no processo por lavagem de dinheiro. Poucos dias depois, em 23 de junho, ele foi preso novamente na Operação Erínias. A ação mirou um grupo suspeito de planejar o assassinato de autoridades da segurança pública em Uberlândia. Segundo a Polícia Civil, Lohan teria financiado parte do plano, que arrecadou cerca de R$ 250 mil para comprar armas e munições. Entre os alvos estavam um delegado, um promotor de Justiça, um escrivão, um policial penal e o diretor-adjunto do Presídio Professor Jacy de Assis. Em 20 de julho de 2023, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou Lohan e outros 18 investigados. Fuga para o exterior e lista da Interpol Após as condenações, Lohan deixou o país. A defesa afirma que ele viajou a trabalho, mas o Ministério Público diz que ele fugiu. O MPMG informou que ele foi incluído na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), que permite que países localizem e prendam foragidos para extradição. Após ser liberado pela Justiça em Dubai, mediante pagamento de fiança, o MP entrou com novo pedido de prisão preventiva, que foi decretada pela 4ª Câmara Criminal do TJMG no dia 18 de dezembro de 2025. VÍDEO: Justiça decreta prisão preventiva de influenciador Lohan Ramires Justiça decreta prisão preventiva de influenciador Lohan Ramires VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

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