Como gabinete de deputado do PL-MS era usado como 'QG' do jogo do bicho

Published 2 hours ago
Source: g1.globo.com
Como gabinete de deputado do PL-MS era usado como 'QG' do jogo do bicho

Deputado Neno Razuk Reprodução A Justiça de Mato Grosso do Sul concluiu que o deputado estadual Neno Razuk (PL) usou a estrutura pública da Assembleia Legislativa do estado (Alems) no esquema de jogo do bicho. O parlamentar foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão na última segunda-feira (15) por associação a uma organização criminosa. Outras 11 pessoas também foram condenadas. Conforme documento ao qual o g1 teve acesso, três integrantes da organização criminosa estavam nomeados como assessores parlamentares no gabinete de Razuk. Além dos cargos, os assessores usavam uma impressora da Assembleia Legislativa para imprimir fotos de locais onde ficavam máquinas caça-níqueis de grupos riviais que disputavam o comando do jogo do bicho no estado. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Além da condenação criminal, Neno Razuk foi sentenciado a perda do mandato eletivo e a interdição para exercício de cargo público pelo prazo de 8 anos. A defesa do deputado afirmou que recorrerá da decisão. O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), afirmou que a Casa ainda não foi oficialmente notificada pelo Judiciário sobre a condenação do deputado. Segundo ele, sem comunicação formal, não haverá nenhuma manifestação institucional. A "guerra" do jogo do bicho Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk, passou a ser investigado em 2024 a partir de denúncia sobre roubos a motociclistas que recolhiam malotes de bancas do jogo do bicho em Campo Grande. À época, policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), apreenderam 705 máquinas usadas nos jogos e prenderam suspeitos de participação no esquema. As investigações apontaram que esses suspeitos eram chefiados pelo deputado estadual Neno Razuk e que havia uma "guerra" travada pelo controle do jogo do bicho, antes comandado pela família de Jamil Name. Militares envolvidos Os investigadores apontam a participação do major reformado da Polícia Militar, Gilberto Luís dos Santos, e do sargento Manoel José Ribeiro, em roubos cometidos contra "rivais" do esquema de jogo do bicho. Segundo o documento, os dois se vestiam de policiais para ameaçar os motociclistas e convencê-los a mudar de lado e trabalharem para o deputado. Toda a estratégia era pensada por Neno e tinha uma única finalidade: controlar o “bicho” da cidade. Em conversas interceptadas pelo Gaeco, o deputado assumiu para o irmão ser ele o cabeça da guerra entre grupos na capital. “Quem tá em briga sou eu”. Grande parte da estratégia era planejada entre ele e José Eduardo Abdulahad, o Zeizo, apontado como o gerente do grupo. Zeizo pagava os “funcionários” do bicho e colocava em prática o plano de derrubar os rivais, que eram monitorados de perto, o responsável por isso era Diogo Francisco. Condenações Na segunda-feira (15), Neno Razuk, Gilberto Luis dos Santos, Manoel José Ribeiro, José Eduardo Abdulahad e Diogo Francisco, foram condenados: Roberto Razuk Filho (Neno Razuk) – 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade Gilberto Luis dos Santos – 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso; Manoel José Ribeiro – 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso; José Eduardo Abdulahad – 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar; Diogo Francisco - 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto. Procurada pela reportagem, a defesa do réu Diogo Francisco disse que vai “analisar a sentença na íntegra” e que a condenação “foi devida”. “Dentro do prazo recursal, vamos ver a viabilidade se é plausível ou não”, escreveu o advogado. As defesas de Gilberto Luís do Santos, Manoel José Ribeiro e José Eduardo Abdulahad não responderam até a última atualização desta reportagem. g1 em 1 Minuto Mato Grosso do Sul: pai e irmãos do deputado Neno Razuk são presos Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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