
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que, antes do Natal, deve conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar negociar que não ocorra uma eventual guerra na América Latina. "Não queremos guerra no nosso continente. Todo dia tem uma ameaça no jornal e nós estamos preocupados. Agora, vai chegar o Natal e talvez eu tenha que conversar com Trump outra vez pra saber o que é possível o Brasil contribuir para um acordo diplomático e não para a guerra", afirmou Lula. Estados Unidos e Venezuela vivem um aumento de tensões há meses. Desde agosto, o país liderado por Trump movimenta um forte aparato militar no Caribe. No início, a Casa Branca justificou a operação como parte do combate ao tráfico internacional de drogas. Trump também acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de usar petróleo para financiar o que chamou de “regime ilegítimo”, além de “terrorismo ligado a drogas, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros”. Maduro acusa o norte-americano de tentar derrubar seu regime. Governo Trump sanciona familiares de Maduro e petróleo da Venezuela Questionado nesta quinta sobre o que tem discutido com Trump diante da escalada de ofensivas entre os dois países, Lula reiterou que pretende focar no diálogo. Segundo o petista, o caminho com o chefe da Casa Branca está aberto, já que os dois trocam mensagens a cada 15 dias. "Eu tive a oportunidade de conversar com Maduro por quase 40 minutos, e depois com Trump. Falei para o Trump da preocupação do Brasil com a situação da Venezuela, que isso aqui é uma zona de paz, não é zona de guerra. Que as coisas não se resolvem dando tiro", afirmou. Lula deu a declaração durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. Lula conversa com jornalistas no Palácio do Planalto Adriano Machado/Reuters Ele defendeu que ainda há uma dificuldade de compreensão sobre o que está em jogo na crise entre os dois países. "Nunca ninguém diz concretamente porque é preciso fazer essa guerra. Não sei se o interesse são petróleo, minerais raros. Ninguém coloca na mesa o que quer", destacou.
