
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou qualquer possibilidade de privatização dos Correios, apesar da crise que a estatal enfrenta. O petista avaliou que as dificuldades financeiras da empresa podem ser resultado de uma "gestão equivocada". "Enquanto eu for presidente não vai ter privatização. Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência não vai ter privatização dessas empresas, pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter", destacou. Lula deu a declaração durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto. O prejuízo da estatal em 2023 foi de R$ 633 milhões, passou para R$ 2,6 bilhões em 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os Correios registraram déficit de R$ 6 bilhões em 2025 e pode fechar com resultado negativo de R$ 10 bilhões. Nas últimas semanas, o governo passou a discutir um plano de socorro aos Correios, que poderia envolver um aporte (transferência direta de recursos) para a estatal ou empréstimo de bancos com garantia do Tesouro (seguro caso Correios não paguem a dívida). JN tem acesso a documentos que mostram que direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro Jornal Nacional/ Reprodução Lula lamentou a crise financeira da empresa, considerando a importância dos Correios para o país. "Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo. Trocamos o presidente dos Correios, chamamos a ministra Esther e Rui, colocamos alguém com muita expertise e responsabilidade e vamos tomar medidas que tivermos que tomar, mudar todos os cargos que tivermos que mudar e colocar pessoa com competência", disse o petista. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Prejuízo bilionário O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, afirmou nesta terça-feira (16) que a proposta de empréstimo aos Correios já está sob análise da equipe econômica e pode chegar a R$ 12 bilhões. Segundo ele, o ministério deve concluir a avaliação do plano de reestruturação da estatal até sexta-feira (19). “Já enviou. Já tá aqui, já enviou com plano de reestruturação. Nós estamos ultimando a análise do Tesouro para verificar a consistência do projeto e encaminhar”, disse Haddad. De acordo com o ministro, além da proposta dos Correios, houve negociação com um pool de bancos interessados em participar do financiamento, respeitando as regras fiscais e sem romper o teto de de juros estabelecido pelo Tesouro. O órgão avisou que não daria garantia em empréstimos com juros acima de 120% do CDI.. “Também fizemos uma negociação com o pool de bancos que estariam dispostos a entrar no financiamento dentro das regras estabelecidas, pré-estabelecidas, sem romper o teto”, explicou. Haddad não detalhou a taxa de juros do empréstimo, mas afirmou que os parâmetros já foram definidos pela Fazenda, pois o Tesouro limitou a 120% do CDI. A estatal apresentou em novembro um plano de reestruturação mais robusto, com previsão de demissão voluntária de 15 mil funcionários; venda de imóveis e empréstimo de R$ 20 bilhões. A expectativa é que a proposta mais recente de empréstimo de bancos seja aprovada ainda neste semana para viabilizar o pagamento de funcionários e fornecedores dos Correios. O valor do empréstimo deve ser menor que o previsto inicialmente – e ficar em R$ 12 bilhões.
