Lula cobra França e Itália por assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia: 'Assumam a responsabilidade'

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Lula cobra França e Itália por assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia: 'Assumam a responsabilidade'

O que está em jogo para o agro brasileiro no acordo UE-Mercosul O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou os governos da França e da Itália o compromisso de assinar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. "Eu espero que o meu amigo Macron [presidente da França] e a primeira-ministra Meloni da Itália, sabe, assumam a responsabilidade de no sábado agora, eu estou indo para a Foz do Iguaçu, fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia, eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo, sabe, de perder competitividade com o povo brasileiro", disse Lula. Lula disse que explicou que a União Europeia está disposta a fazer o acordo, mas que Macron está relutante em avançar com o acordo por receio de perder competitividade em produtos agrícolas e que o "povo está meio rebelde na França". "Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes, e nós estamos cedendo mais do que eles", disse o presidente. O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (16) os mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas vinculadas ao acordo da União Europeia com o Mercosul. Foi um novo passo para que o pacto, negociado há 26 anos, possa ser assinado entre os blocos. Acordo UE-Mercosul: o que está em jogo para o agro? Por que o acordo UE-Mercosul é alvo de tanta disputa no agro? O texto aprovado hoje, no entanto, é mais rígido em relação à proposta original da Comissão Europeia, que elaborou as salvaguardas em setembro. Presidente francês Emmanuel Macron e presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Ricardo Stuckert/ Presidência da República O objetivo é permitir que os benefícios tarifários do Mercosul possam ser suspensos temporariamente, caso a UE entenda que isso esteja prejudicando algum setor do agro local. Com as mudanças no texto, os parlamentares terão que negociar um acordo com o Conselho Europeu, o grupo de governos da UE, que havia apoiado a versão anterior. As negociações começam já nesta quarta-feira (17), segundo a agência Reuters. O Conselho se reunirá nas próximas quinta (18) e sexta (19), e a expectativa era que o acordo pudesse ser votado no órgão ainda nesta semana. Caso ele seja aprovado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pode viajar à Cúpula do Mercosul para assinar o pacto. O encontro ocorre no sábado (20), em Foz do Iguaçu, no Brasil. Aprovação do acordo Para que o acordo seja aprovado pelo Conselho Europeu, órgão que dá autorização à Comissão Europeia para realizar acordos comerciais, é preciso maioria qualificada. Isso significa ter o aval de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros e que eles representem 65% da população do bloco. A França é a principal representante do grupo de países europeus resistentes a firmar o acordo que ambos os blocos negociam há duas décadas. Os agricultores franceses temem que seu mercado seja inundado com produtos agrícolas do Mercosul, considerados mais competitivos. Macron e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, concordaram nesta segunda-feira (15) com a necessidade de adiar a votação sobre o acordo, segundo a agência Reuters. A Itália pode ter posição decisiva na aprovação do acordo. Isso porque, ao lado da França, Polônia e Hungria estão na lista das nações oficialmente relutantes em aceitar o tratado. Já Áustria e Irlanda demonstram que poderiam se opor. A Bélgica, por sua vez, já disse que irá se abster da votação.

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