Milhares de pessoas fazem vigília pelos 15 inocentes mortos em atentado terrorista antissemita na Austrália

Published 12 hours ago
Source: g1.globo.com
Milhares de pessoas fazem vigília pelos 15 inocentes mortos em atentado terrorista antissemita na Austrália

Vigílias em vários países lembram vítimas de atentado antissemita na Austrália A Austrália homenageou nesta segunda-feira (15) os 15 inocentes assassinados no atentado terrorista antissemita de domingo (14), numa praia de Sidney. Milhares de pessoas fizeram vigília pelas vítimas. Bondi Beach, uma das praias mais famosas da Austrália, amanheceu nesta segunda-feira (15) transformada: flores, velas e bilhetes ocupam o trecho onde, no fim da tarde de domingo (14), às 6h47 em Sydney, 4h47 da madrugada em Brasília, começou o pior ataque armado no país em quase 30 anos. Um ato de extremismo violento, dirigido contra um evento que reunia famílias da comunidade hebraica. O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que os dois responsáveis, pai e filho, moradores de Sydney, maior cidade do país, juraram fidelidade ao Estado Islâmico. No carro deles, os investigadores encontraram bandeiras do grupo terrorista. Um dos homens já era conhecido das autoridades, mas não representava nos arquivos uma ameaça ativa. O pai era estrangeiro, mas a procedência não foi divulgada. Entre os 15 mortos estão uma menina de 10 anos, Matilda, dois rabinos e um sobrevivente do Holocausto, de origem ucraniana. A mulher dele, Larissa, disse que Alex Kleytman, de 87 anos, se jogou na frente dela para protegê-la e acabou baleado. A França confirmou a morte de Dan Elkayam, de 27 anos, que trabalhava em Sydney desde 2024 e era jogador amador de futebol. Mais de 40 pessoas continuam hospitalizadas, algumas em estado grave. E no meio do caos, surgiu a história que nesta segunda-feira (15) percorre o mundo com força simbólica: a de Ahmed Al Ahmed, de 43 anos, australiano de origem árabe, o homem que conseguiu deter um dos atiradores. Ahmed foi baleado no braço e na mão, enquanto buscava proteção entre carros. Mesmo ferido, esperou o momento em que o agressor recarregava a arma, se lançou por trás e tomou o fuzil. O pai dele conta que Ahmed, dono de uma quitanda, tinha saído com um amigo para tomar café e que agiu por instinto quando viu pessoas em perigo. A polícia confirmou que o atirador morto, o pai, de 50 anos, tinha porte de arma desde 2015 e seis armas registradas. O filho está sob custódia em um hospital. O governo australiano prometeu discutir leis mais rígidas de controle de armas, revisar o número de armas permitido por licença e avançar na criação de um cadastro nacional, previsto há anos, mas nunca implementado. A comunidade judaica na Austrália vive um dos dias mais dolorosos da sua história recente. Só em 2025 foram registrados mais de 1,6 mil incidentes de antissemitismo, de agressões verbais e vandalismo a ataques físicos. O primeiro-ministro Albanese disse que o ataque foi um ato horrível de antissemitismo, e disse que a celebração judaica do Hânukah representa uma vitória da luz sobre as trevas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lembrou que em agosto passado, escreveu a Albanese alertando que o apoio australiano à causa palestina estava lançando gasolina no fogo antissemita, e encorajando o ódio aos judeus. Netanyahu elogiou o muçulmano que conteve um dos atiradores. E disse que é dever de todos os governos combater o antissemitismo. Esta noite, a Ópera de Sydney foi iluminada em solidariedade com a comunidade judaica. Mundo afora, as celebrações pelo Hânukah se transformaram em vigílias pelas vítimas Em Tel Aviv, em Londres e em Nova York. A repercussão foi rapidamente do Vaticano. Durante uma cerimônia pública na manhã, desta segunda-feira (15), o Papa pediu orações pelas vítimas e fez um apelo contra a violência motivada por intolerância: “Basta de ódio. Basta de ataques contra comunidades religiosas”, disse o Papa Leão XIV. Vigílias em vários países lembram vítimas de atentado antissemita na Austrália Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM 'Herói genuíno' desarmou assassino de praia em Sydney, diz autoridade australiana; VEJA VÍDEO Criança de 10 anos, dois rabinos, um sobrevivente do Holocausto: quem são as vítimas de ataque a tiros na Austrália 'Ataque cruel': veja repercussão do atentado terrorista em evento judaico na Austrália

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