Putin nega intenção de guerra com a Europa e fala em 'histeria' no Ocidente

Published 3 hours ago
Source: g1.globo.com
Putin nega intenção de guerra com a Europa e fala em 'histeria' no Ocidente

O presidente da Rússia, REUTERS O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou que tenha intenção de atacar a Europa e chamou a preocupação de "histeria" em pronunciamento nesta quarta-feira (17). "No Ocidente falam em se preparar para uma grande guerra, e o nível de histeria está aumentando. As declarações sobre uma ameaça russa são mentiras. Buscamos cooperação mútua com os Estados Unidos e os Estados europeus", afirmou o russo em um evento do Ministério da Defesa. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, também criticou os líderes europeus e, ao falar sobre o avanço de suas tropas no território ucraniano, disse que "a Europa está prolongando o conflito" e que, por isso, a "ação militar deve continuar até 2026". Belousov ainda rebateu as acusações e afirmou acreditar que é a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que busca guerra: "O aumento do orçamento militar da Otan mostra que ela está se preparando para um conflito com a Rússia". Líderes da Ucrânia e Europa se reúnem com enviados dos EUA para discutir acordo de paz As declarações do governo russo ocorrem um dia após países da União Europeia que fazem fronteira com a Rússia assinarem uma declaração conjunta afirmando que é necessária uma priorização "imediata e urgente" da segurança e das capacidades defensivas do flanco leste do bloco europeu frente à ameaça representada por Moscou. Segundo o documento, elaborado por oito países da UE —Suécia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Bulgária -, o ambiente de segurança do leste europeu "mudou de forma irreversível" nos últimos anos por conta da guerra da Ucrânia e de ataques híbridos realizados por Moscou, o que exige uma rápida adaptação. "A Rússia é a ameaça mais significante, direta e de longo prazo à nossa segurança e à paz e estabilidade na região Euro-Atlântica. A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e suas repercussões constituem uma ameaça profunda e duradoura à segurança e estabilidade europeias. (...) Há uma clara necessidade de fortalecer as capacidades de defesa da UE, a segurança das fronteiras e o preparo para crises", afirmaram os países. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visita fronteira da Polônia com Belarus com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. Foto de agosto de 2025. Agnieszka Sadowska/Agencja Wyborcza.pl via Reuters Todos os países signatários da declaração dividem alguma fronteira com a Rússia, seja terrestre (com a Rússia continental ou o exclave de Kaliningrado) ou marítima. Outras nações europeias vizinhas aos russos e que ficaram de fora da declaração incluem Belarus, que apesar de ser da UE é um aliado de Putin, e a Ucrânia, que não pertence ao bloco e sofre invasão russa desde 2022. A publicação do comunicado, elaborado após uma cúpula de segurança na capital finlandesa Helsinki nesta terça, reflete a insegurança dos países europeus com sua segurança no médio e longo prazos em meio a perspectivas negativas nas negociações pelo fim da guerra da Ucrânia. (Leia mais abaixo) A declaração conjunta também fala sobre "operações híbridas complexas" e "atos de sabotagem" russos contra a Europa, que vêm aumentando nos últimos meses. Entre as ações dessa natureza, que têm caráter mais obscuro e visam fomentar o caos e a desordem, é possível citar as seguintes que ocorreram nos últimos meses: Invasão do espaço aéreo da Polônia e da Estônia por drones de ataque e caças de guerra, respectivamente, que colocaram a Europa em alerta máximo e causaram; Avistamento de drones em aeroportos na Dinamarca, Noruega, Bélgica e Alemanha, que atrapalharam o fluxo aéreo e causaram caos na aviação comercial europeia; Navegação de navios da "frota fantasma" da Rússia perto de águas europeias; Avistamento de balões na Lituânia vindos de Belarus, que colocaram o país em estado de emergência; Veja os vídeos que estão em alta no g1 Negociações de paz na Ucrânia Os europeus tentam tornar os termos da proposta, elaborada pelo governo Trump, menos prejudiciais para o Velho Continente, porém um cenário em que os russos terminem o conflito com domínio sobre territórios ucranianos, algo que os EUA buscam costurar nas tratativas, parece cada vez mais provável. As negociações para finalizar a guerra na Ucrânia parecem estar avançadas, pelo que autoridades dos EUA e europeias disseram nos últimos dias. Quando esse progresso reflete na Rússia, no entanto, as perspectivas ficam menos claras. Um representante americano que participou de tratativas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e aliados europeus afirmou na segunda-feira que "90% das diferenças entre Ucrânia e Rússia foram resolvidas", porém a questão da soberania dos territórios dominados pelas tropas russas permanece.

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