Perícia da PF aponta 'execução grosseira' na violação de tornozeleira de Bolsonaro e danos 'compatíveis' com ferro de solda

Published 10 hours ago
Source: g1.globo.com
Perícia da PF aponta 'execução grosseira' na violação de tornozeleira de Bolsonaro e danos 'compatíveis' com ferro de solda

O laudo de conclusão da perícia realizada pela Polícia Federal (PF) na tornozeleira eletrônica violada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante prisão domiciliar aponta que os danos ao material "apresentam características de execução grosseira, o que sugere que a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica." A tornozeleira foi analisada  por peritos do Instituto Nacional de Criminalística. 🔎O ex-presidente confessou ter danificado o equipamento na madrugada do dia 22 de novembro, o que levou à ativação do alarme do aparelho.O objeto teve de ser trocado e a violação do equipamento foi uma das justificativas para a decretação de prisão preventiva do ex-presidente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. (relembre abaixo) Veja como ficou tornozeleira de Bolsonaro; ex-presidente admite que usou ferro de solda Os peritos testaram a possibilidade de que o instrumento utilizado para danificar o aparelho fosse um ferro de solda, como informado pelo próprio ex-presidente à época, e constataram que "as características fisicas das áreas testadas com ferro de solda são compatíveis com o aspecto do dano no material questionado." "O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados.", conclui o documento. Em outro ponto do documento, os peritos apontam que é possível identificar que um dos pontos de dano no material "o invólucro teve pontos de penetração total, expondo a bateria do equipamento em seu interior, o que, tipicamente, é suficiente para o acionamento de alarmes de integridade ou de violação." Violação justificou prisão preventiva Bolsonaro está preso desde o dia 22 de novembro em uma sala da Superintendência da PF em Brasília após violar a tornozeleira eletrônica enquanto cumpria prisão domiciliar.  No dia 25 de novembro, Moraes determinou o início da execução da pena de 27 anos e três meses de prisão a que Bolsonaro foi condenado por liderar uma organização criminosa que agiu para mantê-lo no poder mesmo após a derrota nas urnas nas eleições de 2022.  - O ex-presidente Jair Bolsonaro é visto na tarde deste domingo, 23, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, ao se despedir da ex-primeira- dama Michelle Bolsonaro, que foi visitá-lo onde ele cumpre prisão preventiva. Wilton Junior/Estadão Conteúdo A defesa de Bolsonaro acionou o Supremo no dia 9 de dezembro pedindo que o ex-presidente passasse por cirurgia diante da piora do diagnóstico de hérnia inguinal, além de tratamento para o quadro de soluços. Perícia médica Moraes negou a medida porque os exames apresentados pelos advogados não eram recentes. O ministro ainda determinou que a Polícia Federal realizasse uma perícia para avaliar o quadro de saúde de Bolsonaro. Com a negativa, a defesa pediu que um médico da equipe pudesse realizar, na própria PF, um exame de ultrassom. No sábado (13), o ministro autorizou o procedimento. Um médico esteve com Bolsonaro no domingo (14) e realizou uma ultrassonografia que confirmou o diagnóstico de hérnias inguinais bilaterais. A hérnia é caracterizada quado o tecido se projeta para fora de seu local normal através de uma abertura ou ponto fraco na musculatura.  "O estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado.Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva ecomprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem realizado recentemente e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata", disse a defesa ao Supremo.   Segundo relatório médico enviado ao Supremo,  "os sintomas dedor e desconforto na região inguinal se acentuaram em virtude das frequentes crises de soluço, que causam aumento intermitente da pressão abdominal".  Os advogados também insistem que o Supremo analise o pedido de prisão domiciliar humanitária diante do quadro de saúde de Bolsonaro.  "Esses novos elementos médicos sejam considerados como reforço autônomo e superveniente do pedido de prisão domiciliar humanitária, já deduzido e pendente de apreciação, diante da inequívoca incompatibilidade do quadro clínico atual com o cumprimento da pena em estabelecimento prisional".

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