
População comparece a velório de Moisés Alencastro em Rio Branco A missa de sétimo dia em memória de Moisés Ferreira Alencastro, de 59 anos, será realizada neste sábado (27), às 19h, na Catedral Nossa Senhora de Nazaré, no Centro de Rio Branco. A solenidade religiosa, aberta ao público, foi divulgada por amigos e familiares e deve reunir representantes do meio cultural, do serviço público e da sociedade civil. 👉 Contexto: Ativista cultural, colunista social, advogado e servidor do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) desde 2006, Moisés foi morto no último domingo (21) em um crime que segue sob investigação da Polícia Civil desde que o corpo foi encontrado no dia seguinte. Os dois suspeitos envolvidos no assassinato foram presos na quinta-feira (25) na capital. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp A missa de sétimo dia marca mais um momento de despedida e homenagem a Moisés Alencastro, cuja trajetória deixou marcas profundas no colunismo social, na cultura e na luta por direitos no Acre. Na última sexta (26), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou nota de pesar por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, ressaltando a trajetória de Moisés na defesa dos direitos humanos e na cultura. "Na cultura, deixou um legado incalculável para o estado. Idealizador do Festival Transamazônico, foi responsável por dar protagonismo à população LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, fortalecendo a cena cultural e audiovisual da Amazônia. Também teve participação destacada no Conselho Estadual de Cultura, além de contribuições relevantes para o colunismo social e o jornalismo cultural acreano, sempre em defesa da identidade e da diversidade cultural local", falou. CASO MOISÉS ALENCASTRO: PERFIL: Quem era Moisés Alencastro, ativista cultural encontrado morto a golpes de faca INVESTIGAÇÕES: Polícia diz que autor do crime era conhecido da vítima DENÚNCIAS: População pode ajudar nas investigações por meio de canal de denúncias do MP IDENTIFICAÇÃO: Polícia identifica suspeito e pede prisão preventiva no Acre 1ª PRISÃO: Suspeito de matar Moisés Alencastro é preso em Rio Branco 2ª PRISÃO: 2º suspeito de envolvimento na morte de ativista cultural é preso em Rio Branco Moisés Alencastro foi encontrado morto no dia 22 de dezembro em Rio Branco Fernando Menezes/Arquivo pessoal O órgão também reforçou sobre a urgência do enfrentamento à violência, ao ódio e às discriminações. "Após conhecimento do caso, a SLGBTQIA+ encaminhou a denúncia à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para que as medidas cabíveis sejam adotadas com respeito à vítima e seus familiares", complementou. Missa de Sétimo Dia em memória de Moisés Alencastro ocorre neste sábado (27) em Rio Branco Divulgação Em nota no último dia 23 de dezembro, a Associação dos Colunistas Sociais do Acre (Acos) lamentou a perda de um de seus fundadores e destacou a relação afetiva e profissional construída ao longo dos anos. "Perdemos mais do que um amigo. Perdemos um irmão. Por isso, é duro demais escrever sobre ele no passado. Moisés era luz, alegria e simpatia. Era amor, força, vitalidade e paixão pela vida e pelos amigos. Esse amor permanecerá sempre presente na sociedade acreana, não apenas no colunismo social", destacou Jackie Pinheiro, presidente da associação. Ministra acreana Marina Silva lamenta morte de ativista Moisés Alencastro em Rio Branco Reprodução/Instagram A ministra acreana Marina Silva também usou as redes sociais para lamentar o ocorrido e cobrar celeridade nas investigações. Em uma postagem, a gestora do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirmou que a violência usada a deixou perplexa. "A violência sempre causa um choque enorme. Quando ela se abate sobre pessoas que a gente conhece, além do choque e da tristeza, nos causa perplexidade. O ato cruel contra a vida de Moisés Ferreira Alencastro, em Rio Branco (AC), é motivo de profundo lamento", frisou. À Rede Amazônica Acre, a procuradora de Justiça e chefe de Moisés no Centro de Atendimento à Vítima (CAV), Patrícia Rego, disse que o amigo, que era homossexual, sofreu homofobia e uma violência semelhante as que vivenciava no setor que atuava. "Ele trabalhava ajudando vítimas no CAV e se tornou uma delas. Esse caso não foi o primeiro, já perdi outro amigo de forma semelhante. Quando isso ocorre, a gente morre junto. Essa é uma violência estrutural e o pano de fundo é a homofobia, que tem que ser combatida e os autores responsabilizados", disse emocionada. A morte de Moisés gerou comoção entre a sociedade acreana, além de amigos e familiares. O corpo do servidor do Ministério Público do Acre (MP-AC) foi velado na capela do Cemitério Morada da Paz na terça (23) e enterrado na quarta (24) às 10h, no mesmo local do velório. Amigos, colegas de trabalho e autoridades compareceram ao velório de Moisés Alencastro Pedro Marcelo/Rede Amazônica Acre Desdobramentos Dois suspeitos foram presos pelo crime na última quinta-feira (25). O principal deles, identificado como Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, foi pego na manhã e o segundo envolvido, Nataniel Oliveira de Lima, de 23 anos, foi preso no final da tarde. "Destaco empenho e trabalho técnico desenvolvido por toda equipe da DHPP e a imediata resposta do MP e Poder judiciário no plantão deste Natal", afirmou o delegado Alcino Júnior, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. O trabalho policial, segundo Alcino, avançou a partir da análise do local do crime, de provas periciais e de informações colhidas durante diligências desde a noite em que o corpo foi encontrado. Inicialmente tratado como possível latrocínio, o caso passou a ser analisado sob outra perspectiva após o avanço das investigações. Para o delegado, a situação indica que a vítima conhecia quem estava no apartamento, já que não havia sinais de arrombamento. O g1 apurou ainda que ambos se seguem nas redes sociais. Antônio de Sousa Morais foi preso na manhã desta quinta-feira (25) em Rio Branco Júnior Andrade/Rede Amazônica "Pelas circunstâncias de não-arrombamento no apartamento, de não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual, possivelmente amigos, pessoas que eram do relacionamento da vítima", frisou. Ainda conforme o delegado, após o homicídio, os suspeitos teriam se aproveitado da situação para subtrair bens da vítima, o que caracterizaria um homicídio qualificado seguido de furto. Segundo o delegado, há relatos de que o suspeito teria tentado usar cartões bancários de Moisés após o crime, mas a transação foi negada em um comércio. Imagens também foram coletadas durante a investigação. O carro da vítima foi localizado na Estrada do Quixadá, com um pneu estourado. Carro de Moisés Alencastro foi encontrado na Estrada do Quixadá, em Rio Branco, e passa por perícia Júnior Andrade/Rede Amazônica O delegado informou ainda que, no momento em que o corpo foi encontrado, havia sinais de rigidez cadavérica compatíveis com 18 a 20 horas de morte, embora o laudo oficial ainda não tenha sido concluído. Isto indica que o crime ocorreu na noite de domingo (21). A vítima foi morta com mais de cinco golpes de faca, segundo avaliação preliminar. O instrumento do crime ainda não foi localizado. Segundo suspeito da morte do ativista cultural Moisés Alencastro é preso Reprodução VÍDEOS: g1
