
Mulher é investigada por injúria racial contra casal de SP em Belo Horizonte A Polícia Civil de MG investiga um caso de racismo registrado em um prédio no Centro de Belo Horizonte contra um casal de São Paulo, no último domingo (28). Câmeras de segurança registraram o momento em que uma mulher disse que tem "nojo de preto" (veja vídeo acima). Ela já havia sido presa por injúria racial contra um taxista em 2019. De acordo com o boletim de ocorrência, as vítimas, Eneida Aparecida Gusmão, de 43 anos, e Fabio dos Santos Bouças, de 51, moram em São Paulo e viajaram para a capital mineira para passar uns dias no apartamento do filho. Eles estavam no hall do prédio quando a suspeita, identificada como Natália Burza Gomes Dupin, de 42 anos, desceu para buscar uma encomenda. Inicialmente, ao ver o casal, ela cuspiu no chão. Minutos depois, a mulher desceu novamente para buscar outra encomenda. Quando o casal se dirigia ao elevador, ela falou em voz alta, olhando na direção deles: "Eu tenho nojo de preto, Fabiano". Não havia outras pessoas no hall no momento das ofensas. Em nota, a Polícia Civil afirmou que instaurou inquérito policial para apurar a prática de injúria racial e que os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas em BH. As vítimas disseram à TV Globo que esperam justiça. "A motivação do racista é a existência do negro, não existe nenhuma outra motivação, é gratuito mesmo. A presença do negro incomoda, sobretudo em lugares onde teoricamente ele não deveria estar. Então, é absurdo, precisa ser combatido e denunciado. [...] A gente não pode admitir que isso aconteça em pleno 2025", afirmou a psicóloga e pesquisadora Eneida Aparecida. O g1 entrou em contato com a defesa de Natália, que disse que "desconhece os fatos". Suspeita de injúria racial contra casal em prédio de BH Circuito de segurança Presa em 2019 Natália Burza Gomes Dupin já havia sido presa, em dezembro de 2019, suspeita de injúria racial contra um taxista, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, o taxista perguntou se a mulher, que estava com o pai idoso, precisava de um táxi, e ela respondeu que "não andava com preto". Ela ainda cuspiu no pé dele e disse: "Eu não gosto de negro, sou racista, sou racista mesmo". Ao ser detida, Natália ainda desacatou os militares, chamando uma sargento de "sapata". Na época, a mulher foi autuada em flagrante pelos crimes de injúria racial, desacato, desobediência e resistência. Ela chegou a passar uma noite no sistema prisional, entre 6 e 7 de dezembro, quando a Justiça determinou a soltura mediante pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil. Depois do ocorrido, a família de Natália divulgou uma nota pedindo desculpas e dizendo que ela sofre de uma doença mental que "altera o comportamento e produz uma neurose e mania de perseguição, além de causar um comportamento agressivo e imprevisível". LEIA TAMBÉM: Mulher é detida por injúria racial contra taxista em BH Justiça determina soltura de suspeita de injúria racial em BH após pagamento de fiança de R$ 10 mil Família de presa por injúria racial em BH se desculpa e diz que ela tem transtornos psíquicos
