Investigação conclui que policial de folga agiu em legítima defesa ao atirar em homem no banheiro de bar em Curitiba

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Investigação conclui que policial de folga agiu em legítima defesa ao atirar em homem no banheiro de bar em Curitiba

Câmera flagra movimentação em banheiro de bar de Curitiba momentos antes de tiro A investigação conduzida pela Polícia Civil do Paraná concluiu que o policial Marcelo Mariano Pereira agiu em legítima defesa ao atirar contra o vendedor Antônio Carlos Antunes dentro do bar Barbaran, em Curitiba. A situação foi em setembro. Antônio foi atingido por um disparo no abdômen, ficou internado em estado grave em um hospital da capital paranaense, mas morreu seis dias após ser baleado. De acordo com a Polícia Civil do Paraná, a motivação foi uma discussão sobre um copo de cerveja. Assista ao vídeo acima. ✅ Siga o canal do g1 Paraná no WhatsApp À polícia, Marcelo Mariano Pereira relatou que a discussão começou quando retirou um copo que estava sobre a pia para lavar as mãos. Ele afirmou que o vendedor não gostou e começou a agredi-lo. O policial disse que reagiu e disparou contra o homem. Na conclusão do inquérito, a Polícia Civil sugeriu o arquivamento do caso. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná, que irá analisar o material e decidir se oferece, ou não, denúncia. Antônio Carlos Antunes morreu no hospital após ser baleado por um policial de folga. Arquivo da família Para polícia, uso da arma foi justificado Para a Polícia Civil, o uso da arma de fogo foi justificado pela disparidade física, agressões ininterruptas, insuficiência da interpelação verbal e risco de acesso à arma. "No caso em exame, as evidências indicam que Antônio Carlos Antunes iniciou uma agressão física injusta contra Marcelo, dentro de um ambiente confinado, motivada por uma discussão banal sobre um copo", diz o relatório final da investigação. A polícia aponta também a realização de apenas um disparo. "Nesse contexto, a realização de apenas um disparo, suficiente para cessar a injusta agressão, sem prosseguimento da execução ou disparos adicionais, aliada ao fato de o policial ter permanecido no local e acionado o socorro médico imediatamente (SIATE), em menos de um minuto após o episódio (vide registros das ligações), evidencia a ausência de animus necandi (intenção de matar) e a estrita finalidade defensiva da conduta", detalha o relatório. Durante as investigações, a corporação fez uma simulação da dinâmica dos fatos, e ouviu o suspeito, policiais que atenderam a ocorrência, testemunhas e familiares da vítima. Pela ausência de câmeras dentro do banheiro, a investigação classificou as provas periciais e testemunhais como "mais relevantes". Câmera flagrou a movimentação no bar de Curitiba. Reprodução Família da vítima questiona A advogada Carolina Mattar Assad, que representa os familiares da vítima, afirmou que os familiares de Antônio discordam da conclusão apresentada e que esperam que o Ministério Público analise o caso com independência e profundidade. Confira a íntegra do posicionamento: "A família da vítima recebe o relatório da autoridade policial sem grande surpresa, visto que, desde o início, o delegado responsável já estava convencido pela versão da legítima defesa – tanto é que, atipicamente, não efetuou prisão em flagrante. O momento é de aguardar a manifestação técnica do Ministério Público, que não tem vínculo com a conclusão da Autoridade Policial. Com plena confiança na justiça", diz a nota. O advogado Heitor Luiz Bender, responsável pela defesa de Marcelo Mariano Pereira, afirmou que "o conteúdo do relatório não causa qualquer surpresa à defesa". "Desde o início, as provas regularmente produzidas e reunidas nos autos, examinadas de forma técnica e objetiva, apontam de maneira consistente para a ocorrência de legítima defesa, nos exatos termos previstos na legislação penal. Esclarece-se, contudo, que o relatório policial não encerra o procedimento. O caso ainda será submetido à análise do Ministério Público, a quem compete emitir parecer, e, na sequência, ao Poder Judiciário, a quem cabe a decisão final, dentro do devido processo legal e das garantias constitucionais. A Defesa reafirma sua confiança plena nas instituições, especialmente na atuação responsável do Ministério Público e na serenidade do Poder Judiciário, e seguirá acompanhando o trâmite com absoluto respeito à legalidade e à transparência que o caso exige", diz a nota da defesa. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

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