
Projeto da BluestOne integra modelo de economia circular sustentável Crédito: Divulgação O planeta sente, há décadas, os impactos das escolhas humanas. Florestas devastadas, oceanos em desequilíbrio e um clima cada vez mais extremo evidenciam a urgência de soluções capazes não apenas de reduzir emissões, mas de reverter parte dos danos já causados ao meio ambiente. É nesse cenário que o carbono ganha um novo significado nos debates globais, colocando o Brasil no centro das discussões sobre o futuro climático do planeta. Uma das alternativas que ganha força é o mercado de carbono, associado a iniciativas de sequestro de CO₂ — processo que retira da atmosfera os gases responsáveis pelo aquecimento global. Empresas, pesquisadores e investidores do mundo todo voltam os olhos para projetos que transformam ciência e natureza em oportunidades reais de conservação ambiental, inovação e economia verde. No interior de São Paulo, no município de Saltinho, uma dessas propostas vem sendo testada na prática. Na empresa de transformação BluestOne, resíduos que antes seriam descartados passam a integrar um modelo de economia circular plenamente sustentável. O material gerado no processo produtivo, rico em diversos elementos minerais, é separado e reaproveitado, dando origem a novos produtos. O principal deles é um fertilizante mineral, que se tornou a base de um experimento promissor no combate às mudanças climáticas. Biotecnologia aplicada A partir desse fertilizante, pesquisadores passaram a investigar como a biotecnologia aplicada ao solo poderia não apenas reduzir emissões, mas efetivamente sequestrar carbono da atmosfera. Os resultados surpreenderam. Estudos e análises já comprovaram que o uso do fertilizante, produzido a partir de rochas minerais enriquecidas com microrganismos, é capaz de capturar moléculas de CO₂ e transformá-las em bicarbonato — uma forma estável de carbono a longo prazo. Resíduos que seriam descartados são separados e reaproveitados Crédito: Divulgação Esse bicarbonato pode permanecer retido no solo por períodos que variam de centenas a milhares de anos, sem retornar à atmosfera. Solúvel em água, ele se infiltra no solo, alcança o lençol freático, segue para rios e, com o tempo, chega aos oceanos. Nesse percurso, além de retirar carbono do ar, o processo contribui para mitigar outro problema ambiental grave: a acidificação dos oceanos. Diferentemente de estratégias focadas apenas na redução de emissões, o projeto atua diretamente na retirada do carbono já presente na atmosfera. Ensaios realizados com dezenas de repetições permitiram medir, em tempo real, o aumento significativo de bicarbonato na água resultante da aplicação do produto, comprovando de forma inequívoca o sequestro de CO₂. Onde o fertilizante foi aplicado, os pesquisadores observaram uma redução efetiva da concentração de carbono no ar em contato com o solo. O conceito se inspira em processos naturais, como o intemperismo de cinzas vulcânicas, que ao longo de décadas ou séculos ajudam a devolver o carbono à terra. A diferença é que, por meio da biotecnologia e de bioinsumos, esse mecanismo é acelerado. O que levaria mais de 100 anos na natureza pode ocorrer em apenas dois ou três anos, tornando a solução viável em escala industrial. “Além dos benefícios ambientais, o fertilizante desenvolvido pela BluestOne atua diretamente na regeneração dos solos agrícolas. Com princípio corretivo e efeito condicionador, o produto melhora o ambiente radicular, favorece a disponibilidade de nutrientes, aumenta a eficiência do uso da água e contribui para maior resistência das plantas a estresses bióticos e abióticos. Ao desempenhar múltiplas funções em uma única aplicação, o insumo também pode reduzir a dependência de práticas e materiais amplamente utilizados na agricultura e associados a maiores emissões de carbono, alinhando produtividade, saúde do solo e sustentabilidade de longo prazo”, explica Alexandre Almeida, Conselheiro Agro do Grupo BluestOne. Além do impacto ambiental, a proposta se destaca pela viabilidade econômica e pela possibilidade de expansão. As tecnologias utilizadas permitem que o modelo seja replicado não apenas no Brasil, mas em outros países, ampliando o potencial de contribuição para a redução da pegada de carbono global. A iniciativa integra a chamada “revolução do carbono”, que busca transformar um dos principais vilões do aquecimento global em parte da solução. Por meio da parceria entre ciência, indústria e conservação ambiental, o projeto demonstra que cada ação conta e que é possível aliar desenvolvimento econômico à preservação do planeta, garantindo um futuro mais saudável para as próximas gerações. Fertilizante obtido a partir dos resíduos retira CO2 do ar e o converte em bicarbonato Crédito: Divulgação SERVIÇO: BluestOne Brasil Endereço: Rodovia Cornélio Pires (SP-127), km 51 – CEP: 13440-970 – Saltinho-SP E-mail: [email protected] Projeto no interior de SP aposta no sequestro de carbono para restaurar equilíbrio ambiental - Creédito: Divulgação
