
Calor recorde em SP faz nível dos reservatórios baixar e gera falta d'água em várias áreas Os sucessivos recordes de calor na Grande São Paulo nos últimos dias elevaram o consumo de água e levou a Sabesp a soltar um comunicado pedindo economia, em razão da baixa dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana. Em comunicado enviado aos usuários nesta sexta (26), a Sabesp afirmou que “o consumo de água aumentou significativamente” e é preciso “uso da água com consciência, evite desperdícios e priorize as atividades essenciais”. De acordo com a própria empresa, entre os dias 14 e 20 de dezembro, houve o consumo de 66 mil litros de água por segundo na Região Metropolitana. Mas esse valor subiu para 72 mil litros por segundo na véspera do Natal. Aumento do consumo de água com o calor na Região Metropolitana de SP, segundo a Sabesp. Reprodução/TV Globo Isso fez diminuir a capacidade de armazenamento de água dos reservatórios, que estão com a média de apenas 26,4% da capacidade neste 27 de dezembro. A situação mais crítica é das represas do Sistema Alto Tietê e Cantareira, que estão operando, respectivamente, com 20,1% e 20,3% da capacidade. “A Sabesp está atuando com todas as equipes, recursos e medidas possíveis para manter o abastecimento, mas neste momento é fundamental a colaboração de todos. (...) A colaboração da população é importante para garantir o abastecimento da região”, disse a Sabesp no comunicado enviado aos clientes nesta sexta-feira (26). Situação das represas de captação de água da Sabesp Falta de água na periferia Moradores de Osasco e SP reclamam de falta de água Em meio ao calor histórico, com máximas que chegaram a 35,9 ºC na quinta-feira (25), moradores de bairros da região metropolitana de São Paulo estão enfrentando falta de água. Há bairros que estão mais de dois meses sem água. Em Quintaúna, Osasco, moradores reclamam que estão há dias sem água e afirmam que, ao entrar em contato com a Sabesp, não recebem nenhuma resposta. Sem água nas torneiras desde terça-feira (23), eles não conseguem lavar louça, tomar banho e, até mesmo, abrir os comércios que funcionam na região. "Estou já quatro dias sem trabalhar", diz Jaird de Nardi, dono de uma pizzaria. "Como a gente vai ganhar o pão sem a água?", ressalta. Bairros das Zonas Sul, Norte, Oeste e Leste, além da região central da capital paulista, também reúnem reclamações de falta de água. Na Chácara Santana já são 7 dias sem abastecimento. Para beber e fazer comida, os moradores precisaram comprar água engarrafada. Moradores do Jardim Catanduva enfrentam falta de água a dois dias da véspera de Natal, na Zona Sul de SP TV Globo Segundo a Sabesp, o calor acima da média fez o consumo de água subir cerca de 60% na região Metropolitana. Entre os dias 14 e 20 desse mês, a produção foi cerca de 66 mil litros de água por segundo, segundo a empresa. Já na véspera do Natal, o volume chegou a 72 mil litros por segundo, mesmo com número menor de pessoas nas cidades por conta das festas de fim de ano. A Sabesp pede que a população faça uso consciente da água e evite desperdícios. Em nota, informou também que "foi realizada uma manutenção emergencial na região na quinta-feira (25/12). O reparo foi finalizado e o fornecimento de água está em recuperação e deve estar normalizado na noite desta sexta-feira (26/12)". Comunicado da Sabesp sobre uso consciente da água com o aumento do calor em São Paulo. Reprodução Racionamento Em agosto, o governo de São Paulo anunciou um plano de contingência para o abastecimento de água diante do risco de uma nova crise hídrica na Grande São Paulo. O plano prevê uma redução de pressão nos encanamentos que distribuem água pela região metropolitana de até 16 horas, exploração do volume morto de represas e até o rodízio, em um cenário mais extremo, diante da perspectiva de colapso do abastecimento. Desde a desestatização, em 2024, a Sabesp já investiu R$ 1 bilhão em ações como troca de tubulações, inovação tecnológica na pesquisa e reparo de vazamentos, combate a fraudes e regularização de áreas informais. Os investimentos programados devem alcançar R$ 9,7 bilhões até 2029, alta de 60% frente ao período anterior. O objetivo é diminuir o índice de perdas totais da empresa, hoje em 29,40%, abaixo da média nacional - que é de 40,31%. A empresa esclarece ainda que a perda por vazamentos é de 19%, sendo os demais 10% referentes especialmente a gatos e fraudes (quando a água é consumida, de forma irregular).
