
Dança das manjubinhas: cardumes encantam cariocas e turistas na orla do Rio Quem passou por praias do Rio de Janeiro nos últimos dias pode ter levado um susto: em meio à água cristalina, manchas escuras se espalhavam pelo mar, dando a impressão de poluição ou vazamento de esgoto. Mas, apesar da aparência, o fenômeno tem uma explicação natural — e até positiva para o ecossistema. As manchas são, na verdade, grandes cardumes de peixes nadando próximos à superfície. As espécies pequenas são de manjubas – popularmente chamadas de manjubinhas. Pequeno, prateado e com até cinco centímetros de comprimento, o peixe costuma nadar pelos mares tropicais e seguir em direção aos rios. Quando se agrupam em grande quantidade, formam áreas densas que bloqueiam a passagem da luz, criando o tom escuro visível do alto ou da areia. O movimento coletivo faz com que o coletivo não se disperse e, assim, pareça sempre um único bloco. Como a água tem estado transparente e com uma coloração esverdeada, os cardumes ficam ainda mais visíveis. "Quando você vê um cardume pequeno de manjuba, ele passa desapercebido. Mas um cardume desse tamanho, é um comportamento de cardume, vira pra um lado, vira todo mundo pro mesmo lado. Vem alguém nadando, o cardume abre. Estão sempre conectados", disse o biólogo Ricardo Gomes. Nesta sexta-feira (26), a explicação do biólogo sobre a abertura do cardume com a presença do homem se traduziu em imagens. Banhistas pareciam nadar em uma piscina verde bem no meio da mancha formada pelos peixes (veja no vídeo abaixo). Por que os peixes se agrupam? Menina Nina, de 9 anos, mergulhou entre os peixinhos em Copacabana Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano Segundo especialistas, o fenômeno é comum em períodos de água mais limpa, temperatura favorável e maior oferta de alimento, o que atrai os cardumes para regiões costeiras. Os cardumes se formam como uma estratégia de proteção contra predadores e também para facilitar a alimentação. Em grupo, os peixes reduzem as chances de ataque individual e aumentam a eficiência na busca por plâncton e outros nutrientes. Segundo Rodrigo Gomes, os praias de Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon sofrem influência direta das águas da Baía de Guanabara, que funciona como um estuário — um ecossistema onde se encontram os rios que deságuam na baía e o mar aberto. Esse encontro torna a região rica em nutrientes, que estão na base da cadeia alimentar dos oceanos. É por isso que grandes cardumes costumam aparecer nessas áreas. Além disso, a presença dos cardumes próximos à costa pode estar associada a correntes marinhas específicas e variações na temperatura da água, comuns nesta época do ano. É seguro entrar no mar? Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano Sim. De acordo com especialistas, não há risco para banhistas. As espécies envolvidas são inofensivas e tendem a se afastar rapidamente quando percebem movimentação na água. O fenômeno também não altera a balneabilidade das praias. A qualidade da água continua sendo monitorada por órgãos ambientais, e as manchas não indicam despejo irregular de esgoto ou resíduos industriais. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Sinal de mar saudável Para os pesquisadores, não há qualquer relação com poluição na cena, que pode até ser vista como um bom sinal porque a presença de grandes cardumes próximos à costa indica um ambiente equilibrado, com boa oxigenação e disponibilidade de alimento — tudo isso visível graças à transparência da água. Veja mais imagens: Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano Banhista nada em cardume no Leme Reprodução/TV Globo Cardume nada na beirinha no Leme Reprodução/TV Globo De cima, o cardume parecia uma mancha de óleo. Reprodução/ TV Globo Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme Reprodução/ TV Globo Banhista nada em meio aos peixes na Praia do Leme Reprodução/ TV Globo Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme Reprodução/ TV Globo Homem nada no meio de cardume no Leme Reprodução/TV Globo
