Suspeito de assassinar Moisés Alencastro é preso no Acre A Polícia Civil do Acre prendeu Antônio de Sousa Morais, de 22 anos, na manhã desta quinta-feira (25). Ele é o principal suspeito de assassinar o ativista cultural e servidor público Moisés Alencastro, de 59 anos, encontrado morto a golpes de faca em Rio Branco no dia 22 de dezembro. Antônio estava foragido desde o dia em que o corpo da vítima foi achado dentro de um apartamento no bairro Morada do Sol. Imagens exclusivas do g1 e da Rede Amazônica mostram o momento em que ele é preso. (Assista ao VÍDEO acima) 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp De acordo com o órgão, a captura ocorreu após quatro dias de buscas durante uma ação que observava possíveis rotas de fuga do suspeito. Segundo o delegado Alcino Júnior, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as denúncias foram cruciais para que fosse possível localizá-lo e capturá-lo. "Diante de toda essa comoção que surgiu, descobrimos que o autor estaria em uma região de mata no [bairro] Eldorado, [Estrada do] Quixadá. Quando foi na madrugada [desta quinta, 25], ele procurou pessoas ligadas à sua família. Diante dessas informações, nós fomos até o local e lá ele acabou se entregando para a equipe da Delegacia de Homicídios (DHPP)", falou o delegado Alcino Júnior nesta quinta (25). CASO MOISÉS ALENCASTRO: PERFIL: Quem era Moisés Alencastro, ativista cultural encontrado morto a golpes de faca INVESTIGAÇÕES: Polícia diz que autor do crime era conhecido da vítima DENÚNCIAS: População pode ajudar nas investigações por meio de canal de denúncias do MP IDENTIFICAÇÃO: Polícia identifica suspeito e pede prisão preventiva no Acre Antônio de Sousa Morais foi preso na manhã desta quinta-feira (25) em Rio Branco Júnior Andrade/Rede Amazônica Ainda de acordo com a autoridade policial, Antônio relatou a motivação do crime. Contudo, mesmo com a prisão do suposto autor, a dinâmica não será divulgada inicialmente em razão da continuidade das investigações sobre o envolvimento de uma segunda pessoa no crime. "Essa segunda pessoa já tinha sido confirmada anteriormente, até pela questão pericial. No local de crime a gente consegue perceber a dinâmica. Agora estamos trabalhando na identificação desse segundo acusado para definir a busca e a prisão", complementou. O suspeito já passou pelos procedimentos iniciais de interrogatório, foi encaminhado para a Delegacia de Flagrantes (Defla) e deve passar por audiência de custódia. O suposto autor não possui registros criminais anteriores. O pedido de prisão preventiva foi pedido na terça (23) e a Justiça acreana expediu na madrugada de quarta (24). Prisão de Antônio de Sousa Morais foi efetuada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (25) Júnior Andrade/Rede Amazônica Desdobramentos O trabalho policial, segundo Alcino, avançou a partir da análise do local do crime, de provas periciais e de informações colhidas durante diligências desde a noite em que o corpo foi encontrado. Inicialmente tratado como possível latrocínio, o caso passou a ser analisado sob outra perspectiva após o avanço das investigações. Para o delegado, a situação indica que a vítima conhecia quem estava no apartamento, já que não havia sinais de arrombamento. O g1 apurou ainda que ambos se seguem nas redes sociais. "Pelas circunstâncias de não-arrombamento no apartamento, de não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual, possivelmente amigos, pessoas que eram do relacionamento da vítima", frisou. Moisés Alencastro foi encontrado morto no dia 22 de dezembro em Rio Branco Fernando Menezes/Arquivo pessoal Ainda conforme o delegado, após o homicídio, os suspeitos teriam se aproveitado da situação para subtrair bens da vítima, o que caracterizaria um homicídio qualificado seguido de furto. Durante as diligências, a polícia encontrou na residência ligada ao autor objetos pertencentes à vítima, como documentos, controles do veículo e do apartamento, além de roupas com vestígios de sangue. "Encontramos óculos, controle do veículo, controle do apartamento, documentos, inclusive da vítima, e acabamos aí tendo vários indícios de que, de fato, essa pessoa teria participado do crime", falou Alcino. Segundo o delegado, há relatos de que o suspeito teria tentado usar cartões bancários de Moisés após o crime, mas a transação foi negada em um comércio. Imagens também foram coletadas durante a investigação. O carro da vítima foi localizado na Estrada do Quixadá, com um pneu estourado. Carro de Moisés Alencastro foi encontrado na Estrada do Quixadá, em Rio Branco Júnior Andrade/Rede Amazônica Corpo estava em rigidez cadavérica O delegado informou ainda que, no momento em que o corpo foi encontrado, havia sinais de rigidez cadavérica compatíveis com 18 a 20 horas de morte, embora o laudo oficial ainda não tenha sido concluído. Isto indica que o crime ocorreu na noite de domingo (21). A vítima foi morta com mais de cinco golpes de faca, segundo avaliação preliminar. O instrumento do crime ainda não foi localizado. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar a segunda pessoa que teria participado do crime. O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). *Colaborou o repórter Júnior Andrade, da Rede Amazônica Acre. VÍDEOS: g1
