
Presidente da Ucrânia diz que chegou a consenso com EUA sobre pontos-chave de plano de paz com Rússia O governo dos Estados Unidos propôs a criação de uma zona desmilitarizada na linha de frente da guerra da Ucrânia e uma gestão conjunta tripartite de usina nuclear de Zhaporizhzhia em um novo plano de paz enviado nesta quarta-feira (24) à Rússia. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em coletiva de imprensa, o presidente da Ucrânia, Voldymyr Zelensky, deu detalhes sobre o plano de 20 pontos, reformado após dias de negociações entre delegações americana e ucraniana em Miami, nos EUA. Entre os pontos mais importantes, Zelensky afirmou que ainda não há consenso na questão dos territórios em disputa entre Ucrânia e Rússia, o acordo não veta explicitamente a entrada do país na Otan e que os EUA propuseram uma "potencial zona desmilitarizada e econômica" ao longo da linha de frente atual. Veja os pontos da proposta mais abaixo. O líder ucraniano disse ainda que pediu um "encontro de líderes" para tentar resolver a questão territorial —o assunto mais complexo das negociações, segundo ele— e disse estar disposto a se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele não mencionou o presidente russo, Vladimir Putin. O Kremlin afirmou nesta quarta-feira que recebeu a nova proposta reformada pelos EUA e a Ucrânia e elaborará uma resposta que será transmitida aos americanos no futuro próximo. O enviado especial russo para as negociações de paz, Kirill Dmitriev, esteve em Miami nos últimos dias e informou Putin sobre o que foi discutido, ainda segundo o governo russo. Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP Nova proposta de 20 pontos A soberania da Ucrânia será reafirmada; Um acordo pleno e inquestionável de não agressão entre Rússia e Ucrânia, com estabelecimento de um mecanismo de monitoramento para fiscalizar o cumprimento desse tópico; A Ucrânia receberá garantias de segurança robustas; A Ucrânia manterá um Exército de até 800 mil soldados; Os Estados Unidos, a Otan e países europeus fornecerão à Ucrânia garantias de segurança similares ao Artigo 5 da Otan —uma cláusula de defesa mútua da aliança militar; A Rússia formalizará uma política de não agressão em relação à Europa e à Ucrânia em todas as leis necessárias e documentos exigidos para ratificação, incluindo aprovação por ampla maioria na Duma Estatal; A Ucrânia se tornará membro da União Europeia em uma data especificamente definida e também receberá acesso preferencial de curto prazo ao mercado europeu; A Ucrânia receberá um forte pacote global de desenvolvimento, que será definido em outro acordo que tratará de investimentos e prosperidade futura; Serão criados vários fundos para tratar da recuperação econômica da Ucrânia, sua reconstrução de áreas e regiões danificadas no conflito e questões humanitárias. O objetivo será levantar US$ 800 bilhões, custo estimado em danos causados pela Rússia, para reerguer a Ucrânia. A Ucrânia acelerará o processo de conclusão de um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos; A Ucrânia se compromete a continuar sendo um Estado não nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Usina nuclear de Zaporizhzhia: EUA sugeriram que a usina seja operada conjuntamente por Ucrânia, Estados Unidos e Rússia, com 33% da participação de cada país. Já a Ucrânia sugere que a usina seja operada de forma igual entre EUA e Ucrânia, com Kiev recebendo metade da energia produzida e os EUA destinando como quiser a outra metade; Ucrânia e Rússia se comprometem a implementar programas educacionais nas escolas e na sociedade que promovam compreensão e tolerância entre diferentes culturas e eliminem racismo e preconceito; Territórios: Os EUA propuseram zonas desmilitarizadas e uma zona econômica livre na linha de frente da parte da região de Donetsk controlada pela Ucrânia. A Rússia quer que a Ucrânia retire tropas de áreas que ainda controla em Donetsk, e Kiev quer que os combates sejam interrompidos nas linhas atuais; Após chegar a um acordo sobre futuros arranjos territoriais, tanto Rússia quanto Ucrânia se comprometem a não alterar as linhas combinadas pelo uso da força; A Rússia não impedirá a Ucrânia de usar o rio Dnipro e o Mar Negro para fins comerciais. Um acordo marítimo separado para a liberdade de acesso e navegação serão concluídos entre os dois. A saída do Dnipro para o mar, em Kinburn, será desmilitarizada; Será criado um comitê humanitário para resolver questões pendentes, como a troca de todos os prisioneiros de guerra restantes, libertação de todos os civis e reféns detidos, e a adoção de medidas para tratar do sofrimento das vítimas do conflito; A Ucrânia deverá realizar eleições o mais rapidamente possível após a assinatura do acordo; O acordo terá força legal e sua implementação será monitorada e garantida por um Conselho de Paz presidido pelo presidente Trump. Ucrânia, Europa, Otan, Rússia e Estados Unidos farão parte desse mecanismo. Sanções serão aplicadas em caso de violações; Uma vez que todas as partes concordem com o acordo, um cessar-fogo total entrará imediatamente em vigor. Veja os vídeos que estão em alta no g1
