Governo Trump divulga nova remessa de arquivos do caso Epstein

Published 2 hours ago
Source: g1.globo.com
Governo Trump divulga nova remessa de arquivos do caso Epstein

Arquivos de Epstein têm quadro de Clinton e fotos de celebridades O governo Trump divulgou entre segunda e esta terça-feira (23) uma nova remessa com milhares de novos arquivos do caso Epstein. O bilionário, que mantinha proximidade com políticos e famosos, foi condenado por abusar de menores e operar uma rede de exploração sexual. Pelo menos 11 mil novos documentos sobre investigações contra o bilionário estavam disponíveis nesta terça-feira no site do Departamento de Justiça dos EUA, segundo estimativas da mídia americana. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Os novos arquivos contêm mais fotos, áudios, registros judiciais, documentos do FBI e centenas de vídeos, incluindo imagens de vigilância de agosto de 2019, quando o criminoso sexual Jeffrey Epstein foi encontrado morto em sua cela. Os novos arquivos foram divulgados dias após a primeira remessa, na sexta-feira (19), ter mostrado fotos de celebridades, menções ao Brasil e muitas páginas censuradas. (Veja mais abaixo) O g1 estava analisando os novos documentos divulgados pelo Departamento de Justiça até a última atualização desta reportagem e vai atualizar esta matéria conforme novas informações forem descobertas. O prazo para a publicação de todos os documentos relativos ao caso Epstein expirou na última sexta-feira. Nos últimos dias, o Departamento de Justiça americano foi acusado de reter informações e criticado pela oposição democrata pela lentidão na divulgação, além da censura de documentos. 'Grande grupo brasileiro': o elo do caso Jeffrey Epstein com o Brasil revelado em novos documentos Ricos e famosos, Bill Clinton exposto: o que há nos arquivos de Epstein Arquivos do caso Epstein Fotos mostram Epstein ao lado de Michael Jackson e jantar com Bill Clinton e Mick Jagger Departamento de Justiça dos EUA Novos arquivos da investigação sobre o caso Jeffrey Epstein, divulgados pelo governo dos Estados Unidos na última sexta-feira, trazem fotos de várias celebridades, além de menções ao Brasil e centenas de páginas censuradas. O bilionário, que mantinha proximidade com políticos e famosos, foi condenado por abusar de menores e operar uma rede de exploração sexual. Em novembro, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que determina que o governo libere as informações sobre a investigação. O texto foi sancionado pelo presidente Donald Trump. Agora, mais de 300 mil páginas foram divulgadas. Os documentos publicados nesta sexta-feira mostram várias fotos de Epstein ao lado de celebridades, como Michael Jackson, Mick Jagger e o ex-presidente Bill Clinton. Não está claro o contexto em que as imagens foram feitas. O g1 também encontrou duas menções ao Brasil. Em uma delas, Epstein recebeu um recado em janeiro de 2005 pedindo que ligasse para o novo telefone de uma mulher, com o assunto “Brasil”. O campo que identifica quem fez o pedido está censurado. Em outro arquivo da investigação, há uma anotação manuscrita indicando que uma mulher teria sido fotografada sem saber da existência da imagem. A pessoa, cujo nome foi censurado, teria ido ao Brasil aos 18 anos e retornado aos Estados Unidos dois anos depois. Arquivos de Epstein tem menções ao Brasil Departamento de Justiça dos EUA Mais cedo, o vice-procurador-geral Todd Blanche disse à Fox News que o governo divulgará centenas de milhares de documentos, mas não todo o conjunto de arquivos relacionados a Epstein . "Prevejo que divulgaremos mais documentos nas próximas semanas, então hoje algumas centenas de milhares e, nas próximas semanas, espero que mais algumas centenas de milhares", disse Blanche. O Departamento de Justiça já havia informado que não divulgaria todos os arquivos na íntegra, já que parte do material pode conter investigações ordenadas por Trump sobre figuras democratas associadas a Epstein. A identidade de todas as vítimas de tráfico sexual cujos nomes constem nos documentos também será protegida. A lei permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações ainda em curso. Por outro lado, proíbe censuras com base em “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”. Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade. O caso voltou a ganhar destaque neste ano com o vai e vem do presidente Donald Trump sobre a liberação dos arquivos. Ainda em novembro, o Congresso dos EUA publicou mensagens que sugerem que Trump tinha conhecimento da conduta de Epstein. Em um e-mail de 2018, o bilionário escreveu que o atual presidente “passou horas” em sua casa com uma das vítimas. Epstein e Trump foram amigos entre a década de 1990 e o início dos anos 2000. O bilionário foi preso em julho de 2019 e, segundo as autoridades, tirou a própria vida um mês depois, dentro da cela. Pressão política O presidente dos EUA, Donald Trump, durante evento na Casa Branca em 6 de novembro de 2025 REUTERS/Jonathan Ernst Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada. Em fevereiro deste ano, o governo liberou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava "em sua mesa para ser revisada". Depois, no entanto, o Departamento de Justiça disse não ter encontrado provas da existência dessa relação. A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente. Desde então, ele passou a minimizar o tema e chegou a chamar de “idiota” quem ainda se importava com o assunto. A postura de Trump aumentou a pressão política da oposição e até de membros do próprio partido do presidente para que todos os documentos fossem divulgados. Nos últimos meses, Trump passou a chamar o movimento de “farsa” criada pela oposição para desviar a atenção de temas como o orçamento federal. A Casa Branca e lideranças republicanas tentaram evitar que o projeto atingisse o número mínimo de assinaturas necessário para ser pautado na Câmara, mas não conseguiram. O texto alcançou o mínimo exigido em 12 de novembro, com apoio inclusive de deputados republicanos. Três dias depois, Trump mudou de posição e passou a defender a aprovação da proposta, dizendo que os republicanos “não tinham nada a esconder”. Presidente citado em e-mails Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS No dia 12 de novembro, o Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil páginas de arquivos sobre a investigação de Jeffrey Epstein. Boa parte dos documentos contém e-mails que o bilionário trocou com parentes e amigos. Em uma das mensagens, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”. No mesmo texto, aparecem o nome de uma vítima — que foi censurado — e uma menção a Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida. Em outro e-mail, de 2011, Epstein escreveu a Ghislaine Maxwell, sua parceira e confidente, sobre Trump. “Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, afirmou. Em seguida, acrescentou que uma das vítimas “passou horas na minha casa com ele… e ele nunca foi mencionado uma única vez”. Outro arquivo mostra Epstein refletindo sobre como deveria responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com Trump, que à época começava a ganhar destaque como figura política nacional. Para deputados democratas, as mensagens levantaram novas dúvidas sobre a relação entre o presidente e o bilionário. Já o jornal The New York Times afirmou que Trump pode ter mais conhecimento da conduta de Epstein do que admitiu publicamente. Trump, por sua vez, disse que a polêmica envolvendo os e-mails é uma “armadilha” criada pela oposição. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os arquivos mostram que o presidente “não fez nada de errado”. VÍDEOS: mais assistidos do g1

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