Dólar opera em leve alta com mercado atento às projeções do boletim Focus; bolsa recua

Published 2 hours ago
Source: g1.globo.com
Dólar opera em leve alta com mercado atento às projeções do boletim Focus; bolsa recua

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar opera em alta nesta segunda-feira (22) e avançava 0,12% por volta das 10h50, cotado a R$ 5,5357. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,28%, aos 158.025 pontos. As negociações seguem ativas nesta semana, apesar do feriado de Natal reduzir os dias úteis na B3 e em Wall Street. Mesmo com a agenda mais enxuta, alguns indicadores seguem no radar e podem sinalizar tendências para a economia brasileira e internacional. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça ▶️ No Brasil, apesar de a B3 ficar fechada nos dias 24 e 25, os investidores acompanham divulgações que ajudam a calibrar expectativas sobre a economia. O boletim Focus mostrou nova redução nas projeções de inflação para 2025 e 2026, mantendo a trajetória de revisões para baixo. ▶️ Ainda hoje, o Banco Central divulga a Pesquisa Firmus, um levantamento que reúne a percepção de empresas sobre a evolução da demanda, dos custos, dos preços e da inflação. Essas informações ajudam o BC a entender como o setor produtivo enxerga a economia e servem como apoio nas decisões sobre juros. ▶️ No campo político, Legislativo e Judiciário entraram em recesso após semanas de tensão. Na sexta-feira, o Congresso aprovou o Orçamento de 2026, que prevê superávit de R$ 34,5 bilhões e reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares. ▶️ Ainda sobre o tema, o ministro do STF Flávio Dino suspendeu os efeitos de uma proposta que autorizava o pagamento, até 2026, de emendas parlamentares não quitadas entre 2019 e 2023 — incluindo mecanismos associados ao chamado “orçamento secreto”, considerado inconstitucional pela Corte. ▶️ Nos Estados Unidos, com agenda mais esvaziada também por causa do feriado natalino, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulga o Índice de Atividade Nacional de Chicago de novembro, indicador que ajuda a avaliar o ritmo da economia americana. ▶️ No mercado internacional, o ouro renovou máximas sendo cotado a US$ 4.411,01 por onça, avanço de 1,7% nesta segunda. O movimento reflete a busca por proteção em um cenário de expectativa de cortes de juros nos EUA. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado: 💲Dólar a Acumulado da semana: +2,19%; Acumulado do mês: +3,63%; Acumulado do ano: -10,53%. 📈Ibovespa C Acumulado da semana: -1,43%; Acumulado do mês: -0,38%; Acumulado do ano: +31,75%. Orçamento de 2026 é aprovado no Congresso O Congresso Nacional aprovou na sexta-feira (19), em votação simbólica, o Orçamento de 2026. O texto prevê uma reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares — recursos indicados por deputados e senadores — e projeta um superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano. O Orçamento também incorpora cortes em gastos previdenciários e em programas sociais, como o Pé-de-Meia e o Auxílio Gás. Além disso, estabelece um piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos, como obras de infraestrutura e projetos do governo federal. Segundo o arcabouço fiscal aprovado em 2023 — o conjunto de regras que limita o crescimento das despesas —, há uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central. Na prática, isso significa que a meta será considerada cumprida mesmo que o resultado seja neutro (saldo zero) ou chegue a um superávit de até R$ 68,6 bilhões. A proposta foi analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda pela manhã e, horas depois, recebeu aval de deputados e senadores em sessão conjunta do Congresso. Do total reservado para emendas: cerca de R$ 61 bilhões foram destinados a indicações parlamentares; R$ 49,9 bilhões ficam sob controle direto do Congresso, incluindo emendas individuais, de bancada e de comissão. As chamadas emendas impositivas — aquelas de pagamento obrigatório pelo governo — se dividem em: emendas individuais, indicadas por cada deputado e senador: R$ 26,6 bilhões; emendas de bancada, destinadas aos estados: R$ 11,2 bilhões. Dino barra retomada de emendas antigas Antes mesmo da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu neste domingo (21) um trecho aprovado pelo Congresso que autorizava o pagamento de emendas parlamentares não quitadas entre 2019 e 2023. 👉 A decisão impede que o dispositivo entre em vigor enquanto o caso é analisado pelo Supremo. O texto havia sido aprovado pelo Congresso na última quarta-feira (17) e ainda aguardava sanção ou veto presidencial. Dino atendeu a um pedido apresentado por parlamentares do PSOL e da Rede. Na decisão, o ministro afirmou que o STF já havia barrado, em julgamentos anteriores sobre o chamado “orçamento secreto”, qualquer tentativa de reativar esses pagamentos, conhecidos tecnicamente como “restos a pagar”. Segundo o ministro, a medida extrapola os limites definidos institucionalmente para corrigir as inconstitucionalidades reconhecidas pela Corte. Em sua avaliação, permitir a retomada dessas emendas desrespeita os parâmetros acordados entre os Três Poderes. O dispositivo suspenso foi incluído em um projeto que tratava originalmente do corte de benefícios fiscais. No jargão do Congresso, esse tipo de inserção é chamado de “jabuti” — quando um tema sem relação direta é incluído em uma proposta legislativa. Agenda econômica Boletim Focus Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir as projeções de inflação para 2025 e 2026, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo BC. 👉 O relatório reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras e funciona como um termômetro das expectativas do mercado para a economia brasileira. Para 2025, a previsão de inflação caiu de 4,36% para 4,33%, marcando a sexta redução consecutiva. Já para 2026, a estimativa recuou de 4,10% para 4,06%, no quinto corte seguido. Nos anos seguintes, as projeções permaneceram estáveis: 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028. Em relação ao crescimento da economia, o mercado elevou levemente a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, de 2,25% para 2,26%. Para 2026, a expectativa de crescimento permaneceu em 1,80%. Os economistas também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025. A estimativa para o fim do ano continua em 15% ao ano, nível atual da Selic, que é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Para o encerramento de 2026, a previsão subiu de 12,13% para 12,25% ao ano. No câmbio, a expectativa para o valor do dólar ao fim de 2025 foi revisada para cima, de R$ 5,40 para R$ 5,43. Para o término de 2026, a projeção permaneceu em R$ 5,50. Arrecadação Federal A arrecadação do governo federal registrou crescimento real de 3,75% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, totalizando R$ 226,753 bilhões, informou a Receita Federal nesta segunda-feira. 👉 O resultado representa o maior valor já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995, e interrompe uma sequência de desaceleração no ritmo de crescimento. Após alcançar um pico de alta real acumulada de 4,41% em julho, o avanço da arrecadação vinha perdendo força nos meses seguintes. Esse movimento foi atribuído ao efeito dos juros elevados, que tendem a esfriar a atividade econômica e, consequentemente, a reduzir a arrecadação de impostos. Com isso, o crescimento caiu para 3,73% em agosto, 3,49% em setembro e 3,20% em outubro. Mesmo com essa oscilação mensal, o resultado acumulado de janeiro a novembro mostra uma retomada de fôlego. No período, a arrecadação somou R$ 2,594 trilhões, um aumento real de 3,25% em relação aos primeiros onze meses de 2024 — também um recorde para esse intervalo. Em novembro, os tributos administrados diretamente pela Receita Federal, que incluem os principais impostos federais, cresceram 1,06% em termos reais na comparação anual, alcançando R$ 214,398 bilhões. Já a arrecadação administrada por outros órgãos, fortemente influenciada por receitas como royalties do petróleo, teve um salto expressivo de 93,10%, somando R$ 12,355 bilhões. Bolsas globais Os mercados em Wall Steet iniciam a semana com expectativa positiva, mesmo com os pregões reduzidos pelo feriado de Natal. O movimento reflete um clima de otimismo moderado, após sinais recentes de desaceleração da inflação nos EUA, que reforçam a possibilidade de cortes nos juros pelo Federal Reserve. Antes da abertura, os contratos futuros indicavam alta: a Nasdaq avançava 0,43%, o S&P 500 subia 0,31% e o Dow Jones tinha ganho de 0,11%. Na Europa, os mercados começaram o dia em queda, devolvendo parte dos ganhos expressivos da semana passada. O recuo ocorre em meio à liquidez reduzida por causa do período de festas e após um rali impulsionado pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela postura mais otimista do Banco Central Europeu sobre a economia da zona do euro. Por volta das 9h (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 recuava 0,22%, após ter atingido recorde histórico no pregão anterior. Entre as principais bolsas, o DAX da Alemanha caía 0,07%, o CAC 40, da França, tinha baixa de 0,28%, e o FTSE 100, de Londres, recuava 0,41%. Já os mercados asiáticos fecharam em alta, com destaque para China e Hong Kong, impulsionados por sinais de forte entrada de recursos e pela inauguração do Porto de Livre Comércio de Hainan Empresas ligadas ao projeto, como China Tourism Group e Hainan Airlines, dispararam 10%, limite diário permitido. Além disso, fundos chineses recém-criados voltados para Hong Kong concluíram captação antes do prazo, indicando apetite por compra. No fechamento, Xangai subiu 0,69%, a 3.917 pontos, e o CSI300 avançou 0,95%, a 4.611 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,43%, a 25.801 pontos. Outros mercados também tiveram alta: Nikkei, no Japão, +1,8% (50.402 pontos); Kospi, na Coreia do Sul, +2,12% (4.105 pontos); Taiex, em Taiwan, +1,64% (28.149 pontos); e Straits Times, em Cingapura, +0,89% (4.610 pontos). Notas de dólar. Reuters

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