Justiça decreta perda do cargo de policial condenado por abuso sexual e ligação com facção no AC

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Justiça decreta perda do cargo de policial condenado por abuso sexual e ligação com facção no AC

Jaelson dos Santos Silva atuava como policial civil quando começou a favorecer facção criminosa no Acre Reprodução A Justiça do Acre decretou a perda do cargo público do investigador da Polícia Civil Jaelson dos Santos Silva, conhecido como 'Mima', em razão da condenação de abuso sexual contra uma adolescente e o uso indevido da função para beneficiar integrantes de uma facção criminosa. O g1 entrou em contato com a defesa de Jaelson e aguarda retorno. A sentença que o condenou a cinco anos, 7 meses e 22 dias de prisão, além de multa, foi assinada pelo juiz Guilherme Muniz de Freitas Miotto na última terça-feira (16). (Veja detalhes mais abaixo) 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Com a decisão, Jaelson dos Santos Silva deve deixar oficialmente os quadros da Polícia Civil do Acre. A Polícia Civil disse que não irá se manifestar. A sentença ainda cabe recurso e ele poderá recorrer em liberdade. No quadro de servidores do Estado, Jaelson, que está no cargo desde agosto de 2014, continua com a situação ativa e valor bruto salarial de R$ 10,8 mil. LEIA MAIS: Seis suspeitos de liderarem facção são presos em operação no interior do Acre Cresce número de municípios do Acre com presença de uma facção ou mais, diz estudo Veja os vídeos que estão em alta no g1 Condenação De acordo com o processo, Jaelson foi condenado por divulgar informações sigilosas de uma investigação policial em benefício de pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho. O caso ocorreu em novembro de 2022, no município de Assis Brasil, interior do Acre, quando ele teve acesso a um relatório interno da Polícia Civil contendo dados e imagens sobre suspeitos armados na cidade. Logo após visualizar o material, o então agente procurou familiares de um dos investigados, alertando sobre a denúncia feita à polícia. A Justiça concluiu que o vazamento resultou em graves consequências, uma vez que as denunciantes passaram a sofrer ameaças de morte, foram expulsas da cidade por faccionados e tiveram bens roubados. Na decisão, o magistrado apontou que o policial utilizou do cargo para praticar atos criminosos. Segundo a sentença, a conduta de Jaelson é 'incompatível com o exercício da função pública', o que motivou a decretação da perda do cargo como efeito da condenação. "A sociedade confia ao agente policial a segurança e a proteção dos cidadãos; utilizar-se dessa prerrogativa para satisfazer lascívia pessoal contra uma menor sob sua 'proteção' revela uma personalidade incompatível com o exercício da função pública e uma violação gravíssima dos deveres de lealdade e probidade exigidos pelo Estatuto da Polícia Civil", destacou o documento. O juiz destacou na sentença que o vazamento comprometeu a investigação e abalou a credibilidade da Polícia Civil no município, além de colocar em risco a vida das vítimas. A pena foi fixada da seguinte forma: 3 anos, 7 meses e 22 dias de reclusão pelo crime de importunação sexual, praticado quatro vezes contra uma adolescente, em continuidade delitiva; 2 anos e 15 dias de detenção, além de 114 dias-multa, pelo crime de divulgação de informações sigilosas, ao favorecer integrantes de facção criminosa. Jaelson dos Santos Silva também tem condenação por importunação sexual contra uma adolescente em Assis Brasil Reprodução Crimes sexuais contra adolescente Além do envolvimento com a facção, Jaelson também foi condenado por quatro crimes de importunação sexual contra uma adolescente de 16 anos. Conforme os autos, os abusos ocorreram na mesma época, quando a jovem estava sob a proteção direta do policial, após a família dela passar a correr risco devido às ameaças de criminosos. A vítima relatou que sofreu toques sem consentimento, tentativas de beijo forçado e assédio tanto dentro da residência do agente quanto durante deslocamentos feitos por ele. Os relatos foram considerados firmes, coerentes e corroborados por depoimentos testemunhais e mensagens enviadas pela adolescente no momento dos fatos, pedindo ajuda. A Justiça também levou em conta que Jaelson já era reincidente em crime da mesma natureza, com condenação anterior por importunação sexual praticada dentro de uma delegacia. VÍDEOS: g1

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