Agricultores despejam esterco e lixo em frente à casa de praia de Macron em protesto contra acordo UE-Mercosul

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Agricultores despejam esterco e lixo em frente à casa de praia de Macron em protesto contra acordo UE-Mercosul

Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron, de tijolos vermelhos, em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025 JEROME NOEL / AFP Dezenas de agricultores franceses despejaram esterco e outros resíduos em frente à casa de praia do presidente Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (19), em uma manifestação que inclui a oposição ao acordo entre União Europeia e o Mercosul e outras reivindicações. Um caixão com a frase “Não ao Mercosul” foi colocado em frente à mansão de tijolos vermelhos do presidente e de sua esposa, Brigitte Macron, na cidade litorânea de Le Touquet, no norte da França. Durante o ato, os manifestantes descarregaram sacos de esterco, pneus, repolhos e galhos perto da casa, que estava sob vigilância policial. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O protesto ocorre um dia depois da grande manifestação de agricultores europeus contra o acordo, em Bruxelas, que registrou cenas de violência (veja vídeo abaixo). Agricultores protestam contra acordo entre União Europeia e Mercosul 🔍 O acordo comercial busca reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos (UE e Mercosul). Após os protestos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou a líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo não será assinado neste sábado (20). 👉 ENTENDA: Por que o acordo é alvo de tanta disputa no agro Mesmo com o adiamento da assinatura para janeiro, os produtores mantiveram o protesto e também criticaram a atuação do governo francês diante de uma doença que atinge o rebanho bovino. Segundo Benoît Hédin, do sindicato agrícola FDSEA, o protesto desta sexta é "simbólico" e contrário à "política europeia atual". LEIA MAIS: ANÁLISE: acordo UE-Mercosul é bode expiatório de agricultura francesa em crise Após adiamento, Von der Leyen diz que maioria votará pela aprovação do acordo Macron diz esperar que adiamento seja suficiente para atender condições da França Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025 JEROME NOEL / AFP "Estamos retrocedendo", afirmou, ao citar o Mercosul e a reforma da Política Agrícola Comum, programa de apoio aos agricultores da União Europeia que pode ter redução nos benefícios aos produtores no próximo ano. Os produtos são importados sem qualquer restrição regulatória e competem conosco a preços impossíveis de igualar", lamentou Marc Delaporte, outro agricultor. "Estamos protestando há dois anos e nada muda." Acordo adiado A Comissão Europeia fechou o acordo em dezembro de 2024 com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A assinatura estava prevista para o sábado (20), durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu. Agricultores com placa de oposição ao Mercosul em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025 JEROME NOEL / AFP No entanto, a pressão da França, apoiada nos últimos dias pela Itália, forçou o adiamento da assinatura para o próximo mês. O FNSEA, principal sindicato agrícola da França, considerou o anúncio de ontem "insuficiente". Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025 JEROME NOEL / AFP "O Mercosul continua sendo um NÃO! Portanto, para dar xeque-mate no Mercosul, vamos nos manter mobilizados", escreveu a entidade nas redes sociais na quinta-feira. Os agricultores franceses temem o impacto da entrada em larga escala de carne, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. Segundo eles, os produtos do Mercosul seguem regras de produção menos rígidas e, consequentemente, são mais competitivos.

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