
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em coletiva de imprensa de fim de ano em Moscou em 19 de dezembro de 2025. Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (19) que não atacará outros países desde que a Rússia seja "tratada com respeito", em referência à escalada de tensões com a Europa. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Putin, no entanto, não especificou durante coletiva de imprensa de final de ano o que quis dizer por "ser tratado com respeito". Anteriormente, Moscou já acusou a Otan de não respeitar acordos de não expandir a aliança militar mais para o Ocidente, em direção às fronteiras russas —algo que considera uma ameaça. “Você perguntou: haverá novas operações militares especiais? Não haverá operações se vocês nos tratarem com respeito, se observarem nossos interesses, assim como nós constantemente tentamos observar os seus”, disse Putin a um jornalista. "Operação militar especial" é o termo utilizado por Putin para se referir à guerra da Ucrânia, iniciada após invasão das tropas russas em fevereiro de 2022. O líder russo também voltou a dizer que não tem a intenção de atacar a Otan. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Ao mesmo tempo, Putin também deu muitas declarações contestadas, como a de que não iniciou o conflito na Ucrânia e que ele não se responsabiliza pelas mortes no conflito. (Leia mais abaixo) A Otan, aliança militar composta por membros da União Europeia, o Reino Unido e os EUA, acredita que a Rússia tenha intenção de lançar um ataque contra um de seus países-membros até 2030. Líderes da UE, inclusive, afirmaram nesta semana que consideram a Rússia a maior ameaça de longo-prazo para o continente europeu. Diversas lideranças europeias vêm dizendo desde 2024 que é necessário preparar o continente para a guerra. Putin considera falas dessa natureza como inflamatórias e "histeria". Balanço anual Durante a coletiva de imprensa, televisionada a partir de Moscou e na presença de diversos jornalistas, Putin fez um balanço do ano tanto no aspecto doméstico quanto sobre a guerra da Ucrânia. Ele disse estar pronto para terminar a guerra imediatamente, desde que a Rússia consiga garantias de segurança suficientes, e reafirmou que atingirá os objetivos da guerra na Ucrânia pela força caso um acordo de paz não seja assinado com o Ocidente. Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente da Rússia, Vladimir Putin. Yves Herman/Reuters/Alexander Kazakov/Pool/AFP Os Estados Unidos, a Ucrânia e aliados europeus buscam finalizar uma proposta de paz que atenda às necessidades ucranianas —de manter a soberania, garantias de segurança e se reconstruir— e às preocupações da Europa, que trata a Rússia como principal ameaça ao continente. O líder russo também disse "não acreditar que a Ucrânia esteja pronta para conversas de paz", uma possível referência à persistente aversão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de ceder territórios para finalizar o conflito. Segundo Putin, "a bola está na quadra da Ucrânia e da Europa". Putin afirmou que quer trabalhar com os EUA, o Reino Unido e o restante da Europa em condições de igualdade. Também comemorou que o fracasso das conversas na UE para o uso de ativos russos congelados para ajuda econômica à Ucrânia, que chamou de "roubo".
