
A base do governo Lula no Senado decidiu não criar grandes dificuldades à aprovação do PL da Dosimetria na Comissão de Constituição em Justiça (CCJ). Embora parlamentares do PT e de partidos aliados tenham votado contra a proposta, eles não obstruíram os trabalhos do colegiado, permitindo a aprovação do texto na tarde desta quarta-feira (17) e a ida do projeto para o plenário do Senado. O blog apurou que dois motivos estão por trás dessa estratégia governista: o avanço, no Senado, da pauta econômica do governo já aprovada pela Câmara deixar o presidente Lula ter o protagonismo de vetar a proposta no início de 2026, um ano eleitoral CCJ do senado aprova projeto de redução de penas A perspectiva de Lula enfrentar Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas urnas, nas próximas eleições, acendeu, entre os governistas, a ideia de reavivar o embate sobre economia. A avaliação é de que o petista, com o veto e com o discurso em defesa da democracia, pode crescer na disputa contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. Nos bastidores, governistas afirmam que o presidente pode sair em vantagem com a reedição da polarização Lula-Bolsonaro, que marcou a eleição de 2022, da qual o petista saiu vitorioso. No Planalto, a estratégia gira em torno de acirrar o embate de Lula com o Congresso em pautas polêmicas, que geram reação popular. O PL da dosimetria faz parte do pacote, em especial depois das manifestações nas 27 capitais do país no último domingo (14). Uma das linhas de ação para ajudar Lula a reverter parte da resistência de eleitores é colocá-lo como um candidato que não faz parte de acordos políticos com parlamentares, sobretudo, com os congressistas do Centrão. Vetos do presidente, mesmo que derrubados, ajudam a apartar a imagem de Lula daquela dos políticos no Congresso. Lula e Flávio Bolsonaro Reprodução
