Lula anuncia saída de Celso Sabino do Turismo; União Brasil pediu cargo após expulsar ministro

Published 4 hours ago
Source: g1.globo.com
Lula anuncia saída de Celso Sabino do Turismo; União Brasil pediu cargo após expulsar ministro

Lula cobra ministros a divulgarem resultados do governo: 'Tenho a impressão que o povo não sabe' O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo ao final da reunião ministerial nesta quarta-feira (17), informaram fontes. Segundo esses interlocutores, o União Brasil, que indicou Sabino, pediu o cargo após ministro ser expulso de partido. O indicado para substituir Celso Sabino é Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). O nome foi confirmado pelo senador Efraim Filho (União-PB), líder do partido. Damião Feliciano é um dos coordenadores da bancada evangélica e da bancada negra na Câmara. O nome para ocupar a vaga deixada por Sabino também foi negociado com a ala governista do partido. A reportagem apurou que Gustavo Feliciano foi avalizado pelo presidente do partido, Antônio de Rueda – que havia anunciado o desembarque do partido do governo. O movimento de colocar um evangélico no cargo é considerado mais um aceno de presidente Lula para esse segmento do eleitorado. Lula durante a cerimônia de posse do ministro do Turismo, Celso Sabino, no Palácio Planalto, em Brasília - 3 de agosto de 2023. WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Sabino foi expulso do União Brasil no final do mês depois que dirigentes do partido entenderam que ele cometeu infidelidade partidária ao desrespeitar uma ordem e permanecer — contra a vontade da cúpula da legenda — à frente do ministério. Segundo auxiliares do presidente Lula, o União pediu ao governo a cadeira do ministério de volta após a decisão de expulsar Sabino. O acordo foi negociado entre o partido e a ala política do Planalto. A saída de Sabino do governo foi anunciada quando a reunião ministerial na Granja do Torto já havia terminado. Sabino deve sair candidato ao Senado nas eleições do ano que vem. 'Desembarque' do União Em setembro, o União Brasil aprovou uma resolução exigindo que filiados ao partido deixassem cargos ocupados no governo de Lula. Segundo o texto da norma, chancelada pela cúpula nacional da sigla, os membros que não abandonassem a gestão Lula poderiam ser punidos disciplinarmente. Entre as punições previstas no estatuto do partido, está a expulsão. E foi o caso de Sabino, que optou por permanecer no comando do Turismo. Embora tenha anunciado a medida dura, o partido e deixou brecha para que o partido continue influenciando decisões. A decisão não afetou os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Embora as pastas sejam atribuídas ao partido, eles não são filiados à sigla. Waldez Góes é ministro desde o início do mandato de Lula. Ele é filiado ao PDT, mas deixou as funções partidárias para assumir o ministério como indicado do União Brasil, mais especificamente de Davi Alcolumbre. Frederico Siqueira foi nomeado e empossado ministro das Comunicações em abril. Ele assumiu a vaga deixada por Juscelino Filho (União-MA), que deixou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostas irregularidades em emendas parlamentares. Após a demissão de Juscelino, o cargo ficou vago por duas semanas. Durante esse período, o União Brasil chegou a indicar Pedro Lucas, deputado pelo Maranhão e líder do partido na Câmara. Pedro Lucas foi anunciado como futuro ministro, no entanto, dias depois ele pediu desculpas a Lula em uma nota e disse que não aceitaria o convite. Por trás da recusa, estava uma disputa interna no União Brasil, e o medo do grupo mais próximo a Rueda e a Pedro Lucas de perder influência na bancada da Câmara. A exigência para que os filiados deixassem a gestão Lula foi aprovada após a veiculação de reportagens que apontam uma suposta conexão entre o presidente nacional do partido, Antonio de Rueda, e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda nega. Em nota à imprensa na época, o partido indicou enxergar influência do governo federal na divulgação das informações. A sigla afirmou que havia uma "percepção de uso político da estrutura estatal" para desgastar Rueda. Além disso, o partido se juntou ao PP, cujo presidente é Ciro Nogueira (PP-PI) – ex-ministro e apoiador de Jair Bolsonaro (PL) – em uma federação partidária. A avaliação interna União Brasil é de que a situação se tornou insustentável após o presidente Lula dizer que o presidente do partido não gosta dele, nem do governo. Lula disse que também não gosta de Rueda. Após a fala de Lula, Antonio Rueda soltou uma nota rebatendo o presidente. "A fala do presidente evidencia o valor da nossa independência e a importância de uma força política que não se submete ao governo", dizia trecho da nota.

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