Tranquilo e dedicado: quem era o enfermeiro morto em motel em Arapiraca

Published 1 hour ago
Source: g1.globo.com
Tranquilo e dedicado: quem era o enfermeiro morto em motel em Arapiraca

PM é preso suspeito de matar enfermeiro após encontrar esposa com ele em quarto de motel Tranquilo, dedicado e profundamente humano. É assim que uma amiga descreve o enfermeiro Ítalo Fernando de Melo, de 33 anos, morto a tiros dentro de um quarto de motel em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. O crime aconteceu no domingo (14), e o principal suspeito é o policial militar Welinton Miguel dos Santos, de 34 anos, preso em flagrante. Ítalo era natural de Batalha, no Sertão alagoano, e construiu sua trajetória profissional marcada pelo trabalho na linha de frente durante a pandemia da Covid-19. Ele ingressou no serviço público por meio de concurso realizado em 2018, assumindo o cargo em abril de 2020, em Garanhuns (PE) Atuação profissional Ao g1, uma amiga próxima, que trabalhou com ele por mais de dois anos e preferiu não se identificar, relembra que os dois se conheceram ao assumirem o concurso em Pernambuco. Durante a pandemia, atuaram juntos no Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, onde foram lotados no setor Covid. “Foram quase três anos trabalhando juntos no mesmo setor, em um período muito difícil. A gente criou um vínculo muito forte de amizade”, contou. Alagoano Ítalo Fernando de Melo atuou na linha de frente da Covid-19 Redes sociais/Reprodução LEIA TAMBÉM: O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o assassinato de enfermeiro em motel em Arapiraca Segundo ela, mesmo após o encerramento do setor Covid e a redistribuição da equipe para outras áreas do hospital, o contato permaneceu. Ítalo passou a atuar na área de transferência e remoção de pacientes, enquanto a colega foi para a sala vermelha, mas os dois continuavam se encontrando semanalmente nos plantões fixos de sexta-feira. Ítalo Fernando de Melo era enfermeiro e começou a faculdade de medicina Redes sociais/Reprodução Além do trabalho em Garanhuns, Ítalo também atuava profissionalmente em Arapiraca. Ele havia concluído recentemente o curso de enfermagem e, segundo colegas, já demonstrava novos planos acadêmicos: atualmente, cursava medicina. “Era um profissional maravilhoso, muito atencioso com os pacientes e com a equipe”, afirmou. Descrito como alguém de personalidade serena, Ítalo era conhecido por nunca reclamar, evitar conflitos e manter sempre um sorriso no rosto. “Ele vinha de muito longe para trabalhar. Eram horas de viagem até Garanhuns, mas sempre chegava animado, disposto, abraçava todo mundo. Nunca vi Ítalo triste ou de cara fechada”, relatou a amiga. O crime De acordo com ela, fora do ambiente hospitalar, Ítalo gostava de jogos eletrônicos, passava tempo no computador, frequentava academia e cuidava da saúde. Não era casado e não tinha filhos. Natural de Batalha, Ítalo Fernando de Melo atuava em Garanhuns (PE) Redes sociais/Reprodução Abalada, a amiga disse que o grupo de colegas ainda tenta compreender as circunstâncias do crime e levanta questionamentos sobre o ocorrido. Segundo ela, Ítalo não havia comentado com a equipe sobre qualquer situação de risco ou conflito recente. “Ele nunca falou nada sobre essa pessoa. Está tudo muito vago”, disse. Ela também questiona a dinâmica dos fatos, como o deslocamento até o motel, a saída da mulher que o acompanhava e a ausência de documentos e celular junto ao corpo. “É muito difícil imaginar Ítalo sem documento ou sem celular. Ele nunca andava sem. São perguntas que todos nós estamos nos fazendo”, concluiu. O g1 não localizou a defesa da esposa do PM até a última atualização desta reportagem.

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