'Operação Igapó': entenda esquema com obras da COP envolvendo deputado Antonio Doido e esposa, alvos da PF

Published 3 hours ago
Source: g1.globo.com
'Operação Igapó': entenda esquema com obras da COP envolvendo deputado Antonio Doido e esposa, alvos da PF

Dep. Antônio Doido, MDB, é alvo de operação da PF contra desvio de dinheiro A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (16) a Operação Igapó, que investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro a partir de obras públicas no Pará. A PF encontrou celulares jogados pela janela no apartamento de um deputado federal. Autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação expediu 31 mandados de busca e apreensão contra investigados, incluindo o deputado federal Antonio Doido (MDB-PA), o secretário de Obras Públicas do Pará Ruy Cabral, policiais militares e empresas, além do bloqueio de bens. Foram apreendidos dinheiro vivo, relógios de luxo e R$ 200 mil em vinhos. Uma das empresas investigadas, a J.A. Construção, ligada à esposa do deputado recebeu 375 transferências de verbas, resultando no pagamento de R$ 633 milhões pelo Governo do Estado entre 2020 e 2024 para execução de obras públicas. A investigação corre em sigilo. Segundo o documento obtido pela repórter Isabela Camargo, da TV Globo, parte dos recursos teriam sido desviados por meio de fraudes em licitações do governo estadual, culminando em saques de altos valores em espécie para financiar campanhas eleitorais e enriquecer ilicitamente os envolvidos, segundo as investigações. O deputado federal Antonio Doido (MDB-PA), ex-candidato a prefeito de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, é apontado como líder da organização criminosa. No início deste mês, a Justiça Eleitoral tornou o parlamentar inelegível por oito anos pela prática de abuso de poder político e econômico nas eleições municipais para prefeito em 2024. Um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), analisado pela PF, revelou movimentações suspeitas de valores: R$ 633 milhões: Total de recursos transferidos para a empresa J.A. Construção ou via consórcio em que a empresa faz parte. R$ 48 milhões: Movimentados em saques em dinheiro vivo entre março de 2023 e outubro de 2024. R$ 22 milhões: Sacados em apenas 3 semanas antes das eleições municipais de 2024. R$ 5 milhões: Apreendidos pela PF em flagrante em 4 de outubro de 2024. Dados do Portal da Transparência do Pará indicam que a J.A. Construções Civil Ltda foi a nona maior credora do Estado em 2024, totalizando R$ 329 milhões depositados apenas naquele ano. Em nota, a Seop disse que "colabora de forma permanente com os órgãos de controle e se coloca à disposição das autoridades para prestar informações e esclarecer eventuais dúvidas". O g1 entrou em contato com todos os outros citados na reportagem, mas ainda aguardava resposta até a publicação da reportagem. Celulares do deputado Antonio Doido foram jogados pela janela durante buscas em seu apartamento nesta terça, 16 de dezembro — Foto: Arquivo pessoal; Vinicius Loures/Câmara dos Deputados Entenda, a seguir, como funcionava o esquema, segundo a PF: Quais foram as movimentações suspeitas? Quem é quem no esquema? Como funcionavam os saques? Qual o envolvimento de agentes públicos? O que era feito com o dinheiro? Quais foram as movimentações suspeitas? Nas investigações, a PF apontou que esquema funcionava em etapas bem definidas: 1. Recebimento de recursos públicos A empresa J.A. Construções, da qual Andrea Costa Dantas (esposa do deputado Antonio Doido) é 100% proprietária desde 2020, recebia recursos do governo estadual para obras de construção e infraestrutura. Entre 2020 e abril de 2024, a empresa recebeu R$ 633 milhões em pagamentos. 2. Transferências circulares Os valores eram transferidos para outras empresas ligadas ao grupo, como JAC Engenharia Ltda, LUVIC (VL Oliveira Comércio Ltda) e VL Engenharia Ltda. Conforme a PF, "a vasta maioria dos recursos tem origem nas contas bancárias da empresa J. A CONSTRUCONS CIVIL LTDA, com passagem pelas contas da JAC ENGENHARIA LTDA". 3. Fragmentação de valores Parte dos recursos era fragmentada em valores pouco menores que R$ 50 mil para evitar comunicação automática ao Coaf. A técnica, conhecida como "smurfing", é usada para burlar sistemas de detecção de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, a esposa do tenente-coronel Francisco Galhardo coordenava transferências fracionadas. 4. Saque em espécie Os valores finais eram retirados em dinheiro vivo, principalmente em agências bancárias em Castanhal e São Miguel do Guamá, ambas cidades no Pará. Antonio Doido já tinha sido prefeito de São Miguel do Guamá, em 2016, mas não conseguiu se reeleger em 2020. A PF aponta ainda que o tenente-coronel "Francisco Galhardo figurou como sacador em diversas outras operações de retirada de valores em espécie, as quais somaram mais de R$ 48 milhões". 5. Redistribuição Os valores em espécie eram repassados para diferentes destinos: campanhas eleitorais, propina a agentes públicos e enriquecimento privado, segundo o STF. Quem é quem no esquema? Antonio Doido - O suposto "líder Coronel da PM preso em Castanhal fazia doações a Antonio Doido, do MDB, nas últimas eleições. Reprodução / Instagram Deputado federal pelo MDB desde 2023, Antonio Leocádio dos Santos, conhecido como "Antonio Doido", é apontado como o líder da organização criminosa. A investigação da PF cita que ele "não apenas tinha conhecimento como estava monitorando a operação em questão", chegando a questionar o tenente-coronel Francisco Galhardo sobre a "saída da agência" no dia do flagrante de 4 de outubro de 2024. Nas eleições municipais de 2024, Antonio Doido concorreu à prefeitura de Ananindeua, ficando em segundo lugar. O irmão dele, Amilton Leocádio dos Santos (conhecido como "Neto Leocádio"), era candidato a prefeito em Ourém, no nordeste do Pará. As investigações indicam que Antonio Doido utilizava mensagens de desaparecimento automático no WhatsApp, de forma que "somente registros de mensagens do dia 4 de outubro 2024 estavam armazenados no celular de Francisco Galhardo". Mesmo com a restrição temporal, a PF conseguiu documentar o envolvimento direto nas operações criminosas. Francisco Galhardo - O "Operador" Coronel da PM é preso após sacar R$ 5 milhões para supostamente comprar votos no Pará. Reprodução Tenente-Coronel Francisco de Assis Galhardo do Vale, da Polícia Militar do Pará, funcionava como o operador logístico e financeiro do esquema, segundo as investigações. Com patente elevada na corporação, Galhardo coordenava uma rede de policiais militares "recrutados para atuar em interesses escusos do Deputado Federal Antonio Doido". Galhardo foi preso em flagrante em 4 de outubro de 2024, três dias antes das eleições municipais, quando sacava R$ 4.980.000 na agência do Banco do Brasil em Castanhal. Segundo as investigações, ele realizava operações similares "praticamente todos os meses há cerca de 2 ou 3 anos". Análise de celulares apreendidos revelou padrões de coordenação, já que ele é apontado como receptor de instruções de Antonio Doido, coordenando com outros policiais militares e repassava informações sobre operações financeiras. Andrea Costa Dantas - A Fachada Empresarial Deputado Antonio Doido ao lado da esposa Andrea Dantas. Reprodução / Redes sociais Andrea Costa Dantas, esposa do deputado Antonio Doido, é registrada como responsável legal por todas as empresas utilizadas no esquema. Em 2017, ela era funcionária com salário de R$ 2.500 mensais. Dois anos depois, em 2019, passou a integralizar capital na J.A. Construções com 5 escavadeiras hidráulicas. Em 2020, Andrea aumentou a participação para 90% do capital social (R$ 13 milhões). Em 15 de abril de 2020, tornou-se 100% proprietária com capital de R$ 15 milhões. O STF aponta que o "rendimento claramente incompatível com o suposto aporte feito ao capital social". A investigação mostra que Antonio Doido havia declarado à Justiça Eleitoral em 2016 possuir "5 escavadeiras hidráulicas" como patrimônio. O mesmo número e tipo de equipamento que Andrea utilizou para integralizar capital na empresa dois anos depois, segundo o STF. Em 5 de março de 2025, dois meses após o flagrante que deu origem às investigações, Andrea foi nomeada como Secretária Parlamentar no gabinete de Antonio Doido na Câmara dos Deputados. Ruy Cabral - O Agente Público Deputado Antonio Doido e o secretário de Obras do Pará Ruy Cabral. Reprodução / Redes sociais Benedito Ruy Santos Cabral, secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDOP) desde 2019, é investigado por suspeita de receber propina. De acordo com a PF, em 20 de setembro de 2024, Galhardo sacou R$ 6 milhões no Banco do Brasil. Poucas horas depois, ligou para Benedito Ruy. Na conversa, Benedito respondeu "vem". Posteriormente, conforme registrado nas investigações, Galhardo enviou mensagem indicando "Meu chefe, eu deixei com... eu deixei com a ANDREA", sugerindo a entrega de valores através de Andrea Dantas. O fato ocorreu no dia 20 de setembro, mesmo dia em que o Consórcio Perna Norte, integrado pelas empresas de Andrea (J.A. Construções e JAC Engenharia), foi declarado habilitado na licitação para obras no valor de R$ 148 milhões na Perna Norte da Rua da Marinha até o Canal do Benguí, em Belém. Anunciada como estrutural para a conferência climática da ONU, a COP 30, a obra da Perna Norte foi paralisada em maio pelo governo do Estado. O empreendimento também foi alvo de inquérito aberto por Dino para investigar grupo suspeito de fraude em licitação. A Perna Norte integra o projeto da Rua da Marinha, que ainda não foi entregue. LEIA TAMBÉM: Após suspender licitação para via expressa dentro de parque, governo do Pará diz que vai readequar projeto Projeto da Perna Norte, via expressa que atravessaria parque ecológico em Belém. Reprodução / TV Liberal A licitação apresentava irregularidades, segundo as investigações: o consórcio vencedor apresentou proposta R$ 22 milhões mais cara do que a segunda colocada, a empresa Azevedo Travassos Infraestrutura Ltda, que oferecia a obra por R$ 119 milhões. Em 15 de janeiro de 2025, a Concorrência Eletrônica nº 900-14-2024 foi revogada pela Comissão de Licitação "por inconsistências no planejamento e fundamentação orçamentária". PMs recrutados Vídeo mostra momento da prisão após saque de quase R$ 5 milhões no Pará Além de Galhardo, outros policiais militares foram identificados como participantes da rede criminosa: Ellis Dangeles Noronha Martins (Soldado PM): Preso em 4 de outubro em posse de R$ 4.600.000 Cleodenildo Antonio de Souza (Soldado PM): Parte da rede Rodrigo Alves Ferreira (Sargento PM): Designado nos registros com contato "Segurança Doido" Rairom Allan Arruda de Oliveira (Cabo PM): Coordenava movimentação de valores Rafael Freitas de Oliveira (Policial PM): Liberado da escala de prontidão para participar de atividades em Ourém durante fim de semana eleitoral Galhardo utilizava "de sua posição hierárquica e provável prestígio na corporação da Polícia Militar do Estado Pará" para recrutar esses policiais, segundo a PF. Em um episódio descrito no documento, Galhardo pediu que outro militar fosse dispensado da escala de prontidão para trabalhar no município de Ourém, exatamente quando o irmão Neto Leocádio era candidato a prefeito. Flagrante às vésperas das eleições No dia 4 de outubro de 2024, três dias antes das eleições municipais, a Polícia Federal recebeu denúncia anônima indicando que haveria movimentação de valores no Banco do Brasil de Castanhal, cidade distante 74,4 km de Belém. Francisco Galhardo, Geremias da Hungria e Ellis Martins foram presos em flagrante, após um saque em espécie de R$ 5 milhões. "Antonio não apenas tinha conhecimento como estava monitorando a operação em questão, chegando a perguntar a Galhardo sobre eventual saída da agência bancária. Destaque-se o horário das mensagens, próximo às 14h20, ou seja, pouco antes da abordagem policial que resultou na prisão em flagrante", cita a PF. PF apreendeu quase R$ 5 milhões com os três presos por crime eleitoral PF/Ascom Em uma das mensagens, Antonio Doido perguntava sobre o valor a ser entregue a Geremias Hungria (também preso em flagrante). Galhardo respondeu indicando R$ 380 mil, que correspondia exatamente ao valor apreendido na posse de Hungria e Galhardo em Castanhal. A apuração da PF aponta que Antonio Doido ligou "várias vezes para o celular de Ellis Noronha por meio do aplicativo WhatsApp, após a prisão de Galhardo". Essas ligações ocorreram minutos depois do flagrante, segundo as investigações. Em 4 de outubro, segundo a PF, Galhardo enviou para Antonio Doido um link de postagem do Instagram sobre "atuação do Ministério Público Eleitoral no Município de Santa Maria do Pará em combate a crimes eleitorais". A postagem alertava: "não se espantem se até a Polícia Federal aterrisar (sic) em Santa Maria do Pará nessas eleições". Santa Maria do Pará fica a cerca de 40 quilômetros de Castanhal. Como funcionavam os saques? Uma análise das transferências bancárias revelou um "sistema sofisticado de movimentação de valores utilizando casas lotéricas". Transferências eram realizadas em sequência: J.A. Construções (origem dos recursos públicos) JAC Engenharia (primeira redistribuição) Casas Lotéricas (para sacar em espécie sem parecer saque bancário) Mensagens entre Francisco Galhardo e a esposa, Soraia, coordenavam essas transferências. Em 14 de setembro de 2024, a PF identificou uma transferência feita por Soraia no valor de R$ 75 mil de contas da JAC Engenharia para duas casas lotéricas diferentes. No mesmo contexto, Francisco informava que Antonio Doido transferiria mais R$ 100 mil. "Após a confirmação do recebimento dos valores repassados por Antonio Doido, seria necessário que Soraia transferisse o numerário para a conta de uma lotérica, na qual Francisco, ao que tudo indica, buscaria os valores, em espécie." A técnica de "smurfing" Para evitar comunicação automática ao COAF (limite de R$ 50 mil), o grupo utilizava a técnica de fragmentação de valores, segundo as investigações. Um dos exemplos documentados mostra que, para obter R$ 200 mil em espécie, o grupo dividiu a quantia em quatro saques de aproximadamente R$ 49.999,99 cada um, realizados em diferentes casas lotéricas e contas de empresas diferentes. Quais são as licitações suspeitas? A licitação para obras da Perna Norte da Rua da Marinha, avaliada em R$ 148 milhões, teve as empresas J.A. Construções e JAC Engenharia habilitadas em 1º lugar com proposta de R$ 148 milhões. Já a que ficou em segundo lugar havia feito proposta de R$ 119 milhões, ou seja, R$ 22 milhões a menos. Em 15 de janeiro de 2025, a Concorrência Eletrônica nº 900-14-2024 foi revogada. A Comissão de Licitação alegou que houve "inconsistências no planejamento e fundamentação orçamentária" e que "a falha compromete a regularidade do processo." A revogação ocorreu após 4 meses da habilitação, sugerindo que investigações paralelas podem ter levado à descoberta das irregularidades. Além da Perna Norte, a J.A. Construções integra outros consórcios para licitações do Estado do Pará. Mas a PF afirma que "não há elementos que possam autorizar o deferimento contra as pessoas jurídicas (destes consórcios), que são integrados por outras pessoas jurídicas". Em nota, o governo do Estado disse "todas as contratações estaduais seguem rigorosamente o devido processo licitatório, em estrita observância aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade, bem como às regras e condições estabelecidas nos respectivos editais divulgados no Portal Nacional de Contratações Públicas". Qual o envolvimento de agentes públicos? Benedito Ruy e a Secretaria de Obras Benedito Ruy Santos Cabral, secretário desde 2019, é a ponte apontada pela PF entre o governo estadual e o esquema criminoso. De acordo com as investigações, em 20 de setembro de 2024: Galhardo saca R$ 6 milhões Mesma data: Consórcio Perna Norte é habilitado Horas depois: Galhardo liga para Benedito Ruy Mensagem posterior sugere entrega de valores via Andrea Dantas O padrão se repetiu em 26 de setembro de 2024, com novo saque de R$ 12 milhões. A PF descreve que a SEOP "é a Secretaria Estadual responsável pela realização de obra de grande porte na cidade de Belém, bem como era a destinatária de proposta técnica formulada pela JAC ENGENHARIA". Em nota, a Seop afirmou que "todos os pagamentos às empresas contratadas são processados exclusivamente por meio de procedimentos administrativos formais, com base em boletins de medição atestados pela fiscalização da Secretaria de Obras". O que era feito com o dinheiro? Ananindeua - Campanha de Antonio Doido Antonio Doido concorreu à prefeitura de Ananindeua em 2024, ficando em segundo lugar. Os saques de R$ 22 milhões em espécie nas 3 semanas anteriores à eleição sugerem financiamento de campanha com recursos desviados, segundo as investigações. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que campanhas eleitorais devem ser financiadas com fontes declaradas e rastreáveis. Ourém - Campanha de Neto Leocádio O financiamento de campanha em Ourém é ainda mais explícito, segundo as investigações. "O pedido de dispensa do policial confirma a conclusão já lançada anteriormente, de que a função dos policiais militares no final de semana das eleições teria fins à margem da lei, referindo-se a 'bico em Ourém', relacionado à campanha de Neto Leocádio à prefeitura daquele município." Mensagens mostram coordenação de transporte de "material de campanha" com policiais militares em Ourém. Um sargento com contato salvo como "Segurança Doido" estava "trabalhando ativamente na campanha", inclusive "ficando responsáveis pelo transporte de material de campanha". Patrimônio suspeito De R$ 2.500 para R$ 15 milhões em 3 anos A PF afirma que a trajetória patrimonial de Andrea Costa Dantas levanta questões sobre a origem dos valores, já que houve "rendimento claramente incompatível com o suposto aporte feito ao capital social da J.A. Construções Civil". 2017: Empregada com salário de R$ 2.500 mensais (total anual: R$ 30 mil) 2019: Integraliza capital em J.A. Construções com 5 escavadeiras (48% da empresa) 2020: Aumenta para 90% (R$ 13 milhões) Abril 2020: Torna-se 100% proprietária (R$ 15 milhões) 2020-2024: Recebe R$ 633 milhões em pagamentos do Estado As escavadeiras Em 2016, Antonio Doido declarou à Justiça Eleitoral possuir "5 escavadeiras hidráulicas" como patrimônio, quando foi eleito prefeito de São Miguel do Guamá. À época, ele declarou total de bens de R$ 13,4 milhões. Dois anos depois, Andrea utilizou exatamente 5 escavadeiras para integralizar capital na empresa, segundo a PF. Patrimônio de Antonio Doido declarado em 2016 ao TSE: Terreno avaliado em R$ 150.000,00; Terreno avaliado em R$ 730.000,00; Depósito bancário em conta corrente no valor de R$ 94,3 mil; Quotas ou quinhões de capital no valor de R$ 9,8 milhões; Caminhonete de cabine dupla no valor de R$ 150 mil; Terreno no valor de R$ 1,1 milhão; Veículo Porsche no valor de R$ 530 mil; Depósito bancário em conta corrente no valor de R$ 495 mil; BMW X3 no valor de R$ 195 mil Fazenda no valor de R$ 200 mil Impacto na COP 30 Uma das empresas investigadas, a J.A. Construções faz parte do consórcio RMB, criado em setembro de 2024, que participou de licitações da SEOP para obras ligadas à COP 30. Entre as obras estão a Perna Norte da Rua da Marinha e, segundo apuração do g1, as "vias inteligentes". Uma das obras assumidas por este consórcio é a pavimentação e requalificação de 2 ruas e 7 avenidas no "polígono COP", área com tráfego mais intenso por conta da conferência realizada em novembro. No projeto, avaliado em R$ 231 milhões, com recursos do Governo Federal, via Itaipu Binacional, e do Estado do Pará, as chamadas “Vias Inteligentes” da COP receberiam equipamentos de inteligência para gestão de tráfego; faixas inteligentes para pedestres; implantação de paradas de ônibus com totens de informação ao usuário; e internet Wi-Fi. A obra passou pelos seguintes bairros: Barreiro, Benguí, Cabanagem, Chapéu Virado, Condor, Coqueiro, Cremação, Curió-Utinga, Mangueirão, Maracangalha, Marambaia, Marco, Parque Guajará, Parque Verde, Terra Firme, Souza, Fátima, Pedreira, Umarizal, Telégrafo, Sacramenta, Val-de-Cans, Reduto, Campinas, Cidade Velha e Batista Campos. COP 30, em Belém: pavimentação e requalificação de ruas e avenidas. Divulgação VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará

Categories

G1