Homem é baleado em roubo de cordão de ouro, perde a perna e família fala em descaso da polícia em São Gonçalo

Published 3 hours ago
Source: g1.globo.com
Homem é baleado em roubo de cordão de ouro, perde a perna e família fala em descaso da polícia em São Gonçalo

Vítima Rodrigo e a sobrinha Thaiane Arquivo pessoal Um homem de 45 anos foi baleado e está internado em estado grave no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, desde terça-feira (9). Rodrigo da Silva Machado estava na Rua Maurício de Abreu, em São Gonçalo, quando um bandido o rendeu, anunciou o assalto e pediu seu cordão de ouro. Mesmo levando o acessório, o criminoso atirou na perna dele. A ocorrência foi a 450 metros da 73ª DP (Neves), em uma rua nos fundos da delegacia. A família de Rodrigo disse que procurou ajuda na unidade policial para socorrê-lo, enquanto ele ainda estava caído na rua, mas foi informada de que deveria solicitar ajuda da Polícia Militar via 190 e do Corpo de Bombeiros. Rodrigo foi levado de ambulância para o Azevedo Lima e passou por uma cirurgia de 9 horas. O projétil atingiu a veia femoral dele e, mesmo com a cirurgia delicada, foi necessário amputar uma das pernas da vítima. O g1 conversou com uma sobrinha da vítima, que contou que o boletim de ocorrência só foi registrado nesta segunda-feira (15), quando a família foi até a delegacia para saber sobre a investigação. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Thaiane Gomes, que é advogada, disse que os parentes acreditavam que o hospital tinha comunicado sobre a entrada de Rodrigo na unidade, procedimento padrão feito quando vítimas de arma de fogo dão entrada nas emergências. "Nós familiares estamos há 1 semana envolvidos com a saúde dele e com hospital, ontem quando fomos a delegacia, achamos que havia boletim de ocorrência e que já estavam em busca de imagens. Para a nossa surpresa, nada tinha sido feito. O tio continua internado, está entubado, foi amputado e não temos nem as imagens das câmeras da prefeitura e o boletim de ocorrência não havia sido realizado", relata ela. Segundo Thaiane, um outro parente esteve na delegacia no mesmo dia do assalto, enquanto o tio ainda era operado, para saber se foi feita perícia no local, mas não foi atendido. Rodrigo com o cordão de ouro que foi roubado Arquivo pessoal A advogada conta ainda que houve aumento de roubos na região, e que os bandidos se concentram nas imediações de uma agência bancária que fica perto da delegacia. "Se na hora que minha madrasta foi lá e meu tio ainda estava no chão, eles tivessem ao menos comunicado a central de câmeras da prefeitura, talvez a gente tivesse encontrado o autor ou saberia para onde ele foi. A prefeitura de São Gonçalo instalou câmeras na região, por qual motivo quando a policia não foi atrás dessas imagens?", questiona ela. Para ela, a demora na investigação tem fator social: "O local do ocorrido é uma região pobre e não foi uma pessoa com dinheiro que foi baleada". "Se houve alguém baleada e levada para o hospital estadual a menos de 100 metros da delegacia, o mínimo que deveria ter ocorrido era uma investigação. Se o fato tivesse acontecido em área nobre, com um político, juiz, ou delegado o tratamento seria o mesmo? Estamos com um pai de família de 45 anos entubado, com uma das pernas amputadas e que não sabemos ainda se sairá dessa e nem um boletim de ocorrência foi feito em 1 semana?", questiona. Procurada, a Secretaria de Saúde disse que o estado de saúde de Rodrigo é grave, mas não explicou o porquê o hospital não acionou a polícia. O g1 procurou a Polícia Civil pedindo esclarecimentos e aguarda retorno.

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