
Mãe de advogada ferida em incêndio no PR alerta para golpes em nome do tratamento da filha Golpistas estão usando o nome da advogada Juliane Vieira para criar "vaquinhas" falsas na internet. As mensagens pedindo dinheiro para o tratamento dela têm circulado por redes sociais. O Hospital Universitário de Londrina , onde Juliane está internada, emitiu uma nota dizendo que as arrecadações em nome da paciente são falsas. A mãe dela, Sueli Vieira, também fez um vídeo alertando que a família não está pedindo dinheiro. Assista acima. Juliane, que tem 28 anos, teve 63% do corpo queimado ao salvar a mãe e o primo de 4 anos durante um incêndio em um prédio no centro de Cascavel, no oeste do Paraná. Ela está internada há dois meses no Centro de Tratamento de Queimados do hospital, que é referência no atendimento a pacientes com esse tipo de ferimento no estado. Recentemente, ela começou a acordar do coma induzido e a se comunicar com familiares. Apesar do quadro de saúde ainda ser delicado, a mãe informou que a filha apresenta sinais de melhora. A mãe de Sueli afirmou que o tratamento está sendo feito gratuitamente pelo SUS. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp "Eu queria informar que qualquer vaquinha, qualquer valor que esteja rodando nas redes sociais, é golpe. Nós da família não estamos pedindo absolutamente nada, porque o HU é 100% SUS, é completamente gratuito, então nós não estamos pedindo nada, é tudo golpe", disse Sueli. O hospital informou que vaquinhas on-line e campanhas de arrecadação estão sendo criadas por criminosos, que chegam a colocar fotos de outras pessoas nas divulgações. Golpistas também estão publicando histórias falsas sobre o caso da advogada, para solicitar dinheiro. Golpistas chegaram a usar a foto de outra pessoa ao pedir dinheiro em 'vaquinha' falsa para tratamento de Juliane Reprodução Veja também: 'Te esperando aqui fora', diz amiga de advogada que saiu de coma após arriscar a vida para salvar família em incêndio no PR Por isso, o HU esclareceu que a família de Juliane não está realizando nenhuma campanha de arrecadação e todos os pedidos de doação em nome da paciente são golpes. Quando o acidente aconteceu, amigas de Juliane se reuniram e divulgaram uma vaquinha online para ajudar a família da advogada. Contudo, a arrecadação foi encerrada nesta terça-feira (16), para que não se confundisse com as falsas que estão sendo divulgadas na internet. O HU reforçou que é uma instituição ligada ao Sistema Único de Saúde, onde "todo o tratamento é integral, gratuito e compreende toda a assistência necessária, não havendo qualquer custo para a paciente ou familiares". O hospital orienta a população a não fazer doações, transferências ou pagamentos relacionados a campanhas em nome da Juliane. A orientação também é não compartilhar links, mensagens ou publicações com pedidos de arrecadação. Juliane Vieira, de 28, ficou pendurada em um suporte de ar-condicionado para resgatar mãe e primo durante incêndio. Reprodução Leia também: Pedido de ajuda: Mulher esconde celular na calcinha para conseguir denunciar cárcere privado no Paraná, diz polícia Cianorte: Cliente coloca fogo em loja de operadora de celulares após ficar insatisfeito com atendimento Assista: Vídeos mostram juiz do PR que atuou na Lava Jato furtando garrafas de champanhe Relembre o caso Apartamento pega fogo no PR, e vítima se pendura para salvar mãe e criança O incêndio aconteceu na manhã de 15 de outubro, em um apartamento no 13º andar, no cruzamento das ruas Riachuelo e Londrina, no bairro Country. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram Juliane do lado de fora do prédio, pendurada em um suporte de ar-condicionado, tentando resgatar a família. Veja no vídeo acima. No apartamento, estavam a mãe dela, Sueli, de 51 anos, e o primo, Pietro, de 4 anos. Após conseguir ajudar os dois, Juliane foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros. Ela sofreu queimaduras em 63% do corpo. A mãe dela teve queimaduras no rosto, nas pernas e inalou fumaça. Além disso, teve as vias respiratórias queimadas. Sueli ficou 11 dias internada no Hospital São Lucas, em Cascavel. Pietro foi transferido para Curitiba, por causa da inalação de fumaça e queimaduras nas pernas e mãos. Ele ficou 16 dias internado e recebeu alta no fim de outubro. Um bombeiro que ajudou no resgate teve queimaduras nos braços, nas mãos e em parte das costas, ele foi internado e teve alta dias depois. Outro teve queimaduras nas mãos e passou por atendimento médico. Nesta segunda-feira (15), o incêndio completou dois meses. No fim de novembro, a Polícia Civil concluiu a investigação e apontou que o fogo não foi intencional. Segundo o laudo pericial, as chamas começaram na cozinha do apartamento. Infográfico - Mulher se pendura em ar-condicionado para salvar mãe de incêndio em apartamento no PR Artes/g1 Leia também: Viagem: Corcel vendido no PR para comprador do AM chega ao destino final após 60 dias de viagem e mais de 3 mil km rodados Cárcere privado: Mulher esconde celular na calcinha para conseguir denunciar cárcere privado no Paraná, diz polícia Feminicídio: Três mulheres são vítimas de feminicídio em Curitiba no fim de semana Quem é Juliane Juliane Vieira, de 28, ficou pendurada em um suporte de ar-condicionado para resgatar mãe e primo durante incêndio. Reprodução/Redes Sociais Juliane é advogada e mora em Cascavel. "A Ju sempre foi prática, de resolver as coisas. E o fato de ter salvado a mãe e o primo resume bem quem ela é", afirma Jeferson Espósito, amigo da vítima. O amigo destaca como outra característica marcante de Juliane a capacidade de superar situações difíceis: "Já vi a Ju passar por dias difíceis, daqueles em que a vontade era ficar na cama, sem enxergar sentido no caminho que estava trilhando. Mas era só questão de tempo até ela recalcular a rota". Leia mais: Advogada e crossfiteira: quem é a mulher que se pendurou para fora de prédio para salvar familiares de incêndio no PR Juliane também pratica crossfit. Amigos disseram que ela sempre gostou de fazer publicações nas redes sociais mostrando uma rotina saudável e de exercícios físicos. "Ela gosta de treinar, de sair com os amigos, de estar ao ar livre. Mas também aprecia o silêncio, o seu canto e os momentos com a família", conta o amigo Jeferson Espósito. Em uma publicação, ela aparece durante um treino ao lado do cachorrinho Barthô. O animal também foi resgatado durante o incêndio e não teve ferimentos. Além de ser advogada, Juliane também praticava crossfit. Reprodução VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Norte e Noroeste.
