
Desembargador federal é preso pela PF Preso nesta terça-feira (16) por suspeita de vazar uma operação da Polícia Federal (PF), o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), afirmou primar pela honestidade ao tomar posse no cargo, em 2023. No dia da solenidade de posse, há dois anos, Júdice Neto destacou que honestidade é um valor raro na atualidade e declarou que esse princípio guiaria sua atuação no tribunal. Ao agradecer as manifestações feitas em sua homenagem, afirmou: “Vou levar para a eternidade. Muito obrigado por tamanha honestidade. É isso, uma fala honesta, em tempos de hoje é difícil, muito difícil encontrar honestidade, encontrar transparência”, disse o magistrado. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Em outro momento, reforçou que fazia questão de destacar esse valor publicamente: “Desculpem-me pela emoção e pela honestidade. Por ela, eu primo”. Com um plenário do TRF-2 lotado, e com a presença dos governadores Cláudio Castro (RJ) e Renato Casagrande (ES), além de autoridades do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR-2), o magistrado disse que não se envergonhava de sua trajetória e que chegava ao tribunal após um período que descreveu como de “reconstrução”. Prisão nesta terça Macário foi preso na 2ª fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações da Operação Zargun. Ele foi levado pela PF em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, o desembargador contribuiu para vazar a operação contra o então deputado estadual TH Joias (MDB), suspeito de ligação com o Comando Vermelho. Ao g1, o advogado Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa do desembargador, afirmou que “o ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema da prisão”. Segundo Fernandes, a defesa ainda não teve acesso à cópia da decisão que decretou a prisão de Macário, o que, segundo ele, “impede o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa”. O comunicado conclui informando que a defesa apresentará os esclarecimentos nos autos e solicitará a imediata soltura do desembargador. Afastado por 18 anos O desembargador Júdice Neto em sessão solene de posse no TRF-2 Divulgação Macário ficou quase 18 anos afastado do cargo por decisão do próprio tribunal — após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) abrir um processo criminal contra ele para apurar participação em um esquema de fraudes em sentenças judiciais. Ele foi afastado das funções na época. Em 2022, a decisão, no entanto, acabou revogada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Não me envergonho da minha história, nem por um minuto, nem por um segundo. Dela tenho imenso orgulho. Agradeço a Deus por ter conseguido preservar o meu sorriso e a minha lucidez, com meu juízo e a minha consciência em perfeito estado.” O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) g1
