
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta terça-feira (16) que o presidente Donald Trump deve anunciar o próximo presidente do Federal Reserve (Fed) no início de janeiro, em meio às discussões sobre a sucessão de Jerome Powell, cujo mandato termina em maio. Em entrevista à Fox Business Network, Bessent disse que Kevin Warsh, ex-diretor do banco central americano, e Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, são nomes “muito qualificados” para assumir o comando do banco central norte-americano. Segundo o secretário, qualquer candidato escolhido precisará ter “mente aberta” para rever a visão, comum dentro do Fed, de que crescimento econômico gera inflação. “O crescimento não cria inflação. O que cria inflação é o desequilíbrio entre oferta e demanda”, afirmou. Veja os vídeos em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 Na semana passada, Trump disse ao Wall Street Journal que estava inclinado a escolher Warsh ou Hassett para o cargo. O próprio secretário do Tesouro foi cotado para o cargo, mas recusou. O presidente também declarou que gostaria de ser consultado sobre decisões de política monetária, como o nível das taxas de juros — uma posição que contraria o princípio da independência do banco central. Trump e os embates com o Fed Atual presidente do banco central americano, Powell tem sido alvo de críticas recorrentes de Trump, que o acusa de não ter cortado os juros com rapidez suficiente. Na última reunião do ano, no dia 10 de dezembro, o (Fed) reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. Foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em 29 de outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano. Em junho, o presidente dos Estados Unidos chamou Jerome Powell de "burro" e "teimoso", pouco antes de o banqueiro central participar de uma audiência na Câmara dos EUA. Trump vem cobrando publicamente uma redução mais agressiva dos juros nos EUA e já se envolveu em polêmicas com diretores da instituição. O embate mais recente foi com Lisa Cook. Em entrevista nesta terça, Bessent rejeitou críticas de que Hassett seria próximo demais de Trump para preservar a autonomia da instituição. “A ideia de que alguém não pode tomar decisões independentes por causa de relações pessoais está errada”, disse. O próprio Hassett afirmou recentemente que a independência do Federal Reserve é “muito importante”, em meio às preocupações do mercado. Em entrevista à CNBC, ele disse ainda que há espaço para cortes de juros na economia norte-americana, posição alinhada à defesa do governo por uma política monetária mais estimulativa. Quem são os indicados à presidência do Fed? Cinco pessoas disputam a cadeira da presidência do banco central dos Estados Unidos. Kevin Hassett – Trabalha na Casa Branca como conselheiro econômico e é aliado próximo de Trump. Ele já criticou o Fed por não cortar os juros rapidamente e defende mudanças para alinhar o banco central à visão do presidente; Christopher Waller – Atual governador do Fed, economista de formação. Ele apoia cortes de juros quando necessários, mas preza pela reputação do banco e evita envolvimento em política partidária; Michelle Bowman – Vice-presidente do Fed para Supervisão, tem experiência em bancos e no governo. É favorável a reduzir regras para grandes bancos e também apoiou cortes de juros este ano; Kevin Warsh – Ex-governador do Fed, participou da crise financeira de 2008 e tem experiência no mercado financeiro americano. Hoje, critica algumas ações do banco central e defende mudanças para cortar juros e melhorar a eficiência; Rick Rieder – Executivo da BlackRock, especialista em investimentos e renda fixa. Acredita que o Fed poderia ser mais “inovador” e já defendeu cortes maiores nos juros para estimular a economia. Secretário do comércio Howard Lutnick e secretário da tesouraria Scott Bessent no Salão Oval. Anna Moneymaker / Getty Images via AFP
