
Planos de saúde atenderão pacientes do SUS a partir de agosto: entenda como vai funcionar O governo federal realiza neste sábado (13) e domingo (14) um mutirão nacional de cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), com a participação de 188 hospitais públicos, universitários e filantrópicos em todas as regiões do país. A expectativa do Ministério da Saúde é realizar cerca de 11,5 mil cirurgias em dois dias, dentro de um pacote mais amplo que soma 61,6 mil procedimentos, incluindo consultas e exames especializados. A iniciativa faz parte do programa Agora Tem Especialistas, criado para tentar reduzir a fila por atendimentos especializados — um dos principais gargalos do SUS, agravado pela pandemia e por dificuldades históricas de financiamento, estrutura e recursos humanos. Segundo o ministério, os procedimentos serão realizados apenas em pacientes previamente agendados pelas redes locais de saúde. As cirurgias se concentram em áreas com maior demanda reprimida, como gastroenterologia, urologia, ortopedia, cardiologia e cirurgias plásticas reparadoras. “É um esforço concentrado para enfrentar uma fila que se acumulou ao longo dos últimos anos”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a ação. Fila de espera por uma cirurgia eletiva ultrapassa 86 mil procedimentos em Minas Gerais. Ascom/Santa Casa Santas Casas respondem pela maior parte das cirurgias Do total previsto para o fim de semana, mais de 9 mil cirurgias devem ser realizadas em 134 Santas Casas e hospitais filantrópicos espalhados por 19 estados, entre eles São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Entre os procedimentos programados estão cirurgias bariátricas por videolaparoscopia, hernioplastias, vasectomias, colecistectomias e cirurgias plásticas abdominais, além de atendimentos ambulatoriais e exames de imagem, como tomografias, ressonâncias magnéticas e endoscopias. Também participam unidades federais de referência, como o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e hospitais federais localizados na cidade do Rio de Janeiro. Pacientes aguardam há anos por uma cirurgia eletiva em Itapetininga Reprodução/TV TEM Hospitais universitários ampliam atendimentos Paralelamente, os 45 hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizam, neste sábado, a terceira edição do chamado “Dia E”, ação que integra o mesmo programa federal. De acordo com a Ebserh, essas unidades devem ofertar, apenas neste fim de semana, cerca de 2,2 mil cirurgias, além de 9,2 mil consultas especializadas e mais de 40 mil exames em todos os estados. Para o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, o mutirão também tem impacto na formação de estudantes e residentes que atuam nessas unidades, que são ligadas a universidades federais. Alívio pontual para um problema estrutural A dificuldade de acesso à atenção especializada — especialmente cirurgias eletivas e consultas com especialistas — é um dos principais fatores de insatisfação dos usuários do SUS e varia significativamente entre estados e municípios. Dados do próprio Ministério da Saúde indicam que, em algumas regiões, o tempo de espera por cirurgias pode ultrapassar meses ou até anos, dependendo do procedimento. Além dos mutirões, o programa Agora Tem Especialistas inclui outras estratégias anunciadas pelo governo federal, como a ampliação do horário de funcionamento de serviços de saúde, o envio de carretas móveis para exames e atendimentos especializados, a formação e provimento de médicos especialistas e parcerias com hospitais privados para atendimento complementar ao SUS. Segundo o ministério, a expectativa é que ações combinadas consigam reduzir o tempo de espera ao longo de 2025. Ainda não há, porém, balanço consolidado que permita medir o impacto estrutural dessas medidas sobre as filas nacionais. Programa federal ‘Agora Tem Especialistas’ leva carreta com foco na saúde da mulher para o
