França pede que União Europeia adie prazos para assinatura de acordo com Mercosul

Published 1 day ago
Source: g1.globo.com
França pede que União Europeia adie prazos para assinatura de acordo com Mercosul

Presidente da França, Emmanuel Macron em discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2025. LEONARDO MUNOZ / AFP A França pediu neste domingo (14) à União Europeia que adie os prazos previstos para a assinatura do acordo comercial com o Mercosul, pois considera que "as condições não estão dadas" para uma votação dos Estados, declarou o gabinete do primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, em comunicado. "A França solicita que se adiem os prazos de dezembro para continuar o trabalho e obter as medidas de proteção legítimas de nossa agricultura europeia", explicou o Executivo francês. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quer assinar o tratado de livre comércio com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai no próximo sábado (20) durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu. Segundo ela, o bloco europeu deve obter o aval dos Estados-membros esta semana, entre terça e sexta-feira. Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Leia também: Por que o Brasil teme recuo da União Europeia na reta final para acordo com Mercosul Comissão europeia aprovou salvaguardas para o agro vinculadas ao tratado; veja próximos passos Resistência francesa A França é a principal representante do grupo de países europeus resistentes a firmar o acordo que ambos os blocos negociam há duas décadas. A Comissão Europeia anunciou em setembro um mecanismo de "monitoramento reforçado" para os produtos agrícolas expostos ao acordo, como as carnes bovina e de aves, o arroz e o etanol, com a possibilidade de intervir no mercado em caso de desequilíbrio. Antes de se pronunciarem, os países da União Europeia esperam o resultado de uma votação do Parlamento Europeu nestaa terça-feira (16) sobre as medidas de salvaguarda destinadas a tranquilizar os agricultores, especialmente os franceses, que se opõem frontalmente ao tratado. Antes da declaração do governo francês, o ministro de Economia e Finanças, Roland Lescure, havia afirmado em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão Handelsblatt que, "em seu formato atual, o tratado não é aceitável". Segundo Lescure, a obtenção de uma "cláusula de proteção forte e eficaz" é uma das "três condições" da França antes de dar seu sinal verde. A segunda é que as normas aplicadas para a produção na União Europeia "devem também ser aplicadas à produção nos países parceiros", declarou o ministro, e a terceira são "controles na importação". O tratado de livre-comércio busca favorecer as exportações de automóveis, máquinas e vinhos europeus aos países do Mercosul, em troca de facilitar a entrada de carne, açúcar, soja e arroz sul-americanos. Os agricultores franceses temem que seu mercado seja inundado com produtos agrícolas do Mercosul, considerados mais competitivos. Se aprovado, o acordo UE-Mercosul criaria um mercado comum de 722 milhões de habitantes.

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