
Funcionários do Hospital Unimed denunciam que não receberam o 13º Funcionários do Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio, afirmam que não receberam o 13º salário. O relato é de dezenas de profissionais de diferentes áreas, como enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, seguranças e outros colaboradores da unidade. De acordo com os trabalhadores, a 1ª parcela estava prevista para 28 de novembro, mas nada foi depositado. Eles relatam que, no dia 2 de dezembro, um dos diretores do hospital esteve no refeitório e informou que a direção estava buscando recursos para viabilizar o pagamento integral do benefício até o dia 5. Ainda segundo os funcionários, o prazo não foi cumprido. Em um novo comunicado enviado por e-mail, a administração teria informado que o pagamento seria feito na sexta-feira passada (19), o que também não ocorreu. Até esta terça-feira (23), conforme os relatos, o 13º seguia sem pagamento. Além do atraso no benefício, os trabalhadores dizem que o FGTS não vem sendo depositado há cerca de 2 meses, apesar dos descontos constarem nos contracheques. Funcionários que possuem empréstimos consignados afirmam estar recebendo cobranças de bancos, porque os valores descontados em folha não teriam sido repassados às instituições financeiras. Leitos desativados do Hospital Unimed Reprodução/TV Globo Setores fechados Os profissionais afirmam que não têm recebido explicações claras sobre a situação financeira e estrutural do hospital. Segundo eles, é comum haver redução na ocupação da unidade nesta época do ano, mas atualmente haveria mais setores desativados do que o habitual, sem comunicação formal aos funcionários. “Todos os profissionais estão sem o 13º. A chefia foi ao nosso setor e falou que não pode prometer nada, que não sabe de nada e que não tinha nada para falar pra gente. Como assim não sabe de nada?”, disse uma funcionária. Os trabalhadores também relatam que, ao longo do ano, houve episódios de pagamento de salários com valores incorretos. A justificativa apresentada, segundo eles, era a transição da equipe do departamento pessoal e falhas pontuais na folha, com promessa de ajustes no mês seguinte, o que nem sempre teria ocorrido. Contexto da crise A situação ocorre em meio à crise financeira da Unimed Ferj. No fim de novembro, a Unimed Brasil assumiu integralmente a responsabilidade pela assistência aos beneficiários da operadora no estado, após reunião com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Desde agosto, pacientes com câncer relatam falta de medicamentos, cancelamento de contratos com clínicas conveniadas e precariedade no atendimento no Centro Oncológico Espaço Cuidar Bem, em Botafogo, na Zona Sul. O caso levou a Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor e o Procon-RJ a autuar a operadora por “falhas graves na prestação de serviços”. Em setembro, a ANS instaurou um regime de direção técnica na Unimed Ferj, com acompanhamento presencial e metas para regularização do atendimento, especialmente aos pacientes oncológicos. A crise também atingiu prestadores de serviço. A Rede Oncoclínicas informou que a operadora acumulava uma dívida de cerca de R$ 790 milhões, negociada em 94 parcelas. O que diz a Unimed Ferj Em nota, a Unimed Ferj informou que o departamento financeiro está “envidando esforços para regularizar o pagamento dos valores devidos assim que possível”. A operadora afirmou ainda que a desativação de leitos no Hospital Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, ocorreu para readequação da unidade após a desativação da Day Clinic.
