
No total, o valor das penalidades ambientais no estado atingiu mais de R$ 2,7 bilhões Batalhão de Emergências Ambientais. A extração ilegal de minério na Amazônia foi a infração ambiental que mais gerou multas em Mato Grosso em 2025, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT). Apenas no bioma amazônico, as autuações aplicadas somaram R$ 2,486 bilhões. No total, o valor das penalidades ambientais no estado atingiu mais de R$ 2,7 bilhões. O levantamento da Sema mostra que, até 1º de dezembro, a Gerência de Planejamento de Fiscalização e Combate ao Desmatamento (GPFCD) coordenou 291 operações de fiscalização, atendendo 3,7 mil alertas, emitindo 3,6 mil autos de infração e 5,7 mil autos de inspeção. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Entre as principais infrações, além da extração ilegal de minério, estão o desmatamento ilegal (78,8 mil hectares), o descumprimento de embargos (71,99 mil hectares), a exploração ilegal de madeira (35,7 mil hectares) e o uso irregular do fogo (10,37 mil hectares). Segundo o relatório, o avanço do garimpo ilegal é um dos principais fatores de desmatamento em terras indígenas. Em Mato Grosso, a Terra Indígena Sararé liderou o ranking de perda de floresta, com quase 30 quilômetros quadrados desmatados ao longo do ano. Veja abaixo quantidade de multas aplicadas em cada bioma neste ano: Amazônia: R$ 2,486 bilhões Cerrado: R$ 228,14 milhões Pantanal: R$ 65,26 milhões A terra indígena mais desmatada do país Operação da PF destrói túneis, minas e maquinários na Terra Indígena Sararé (MT) A Terra Indígena (TI) Sararé, localizada em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, liderou o ranking das terras indígenas mais desmatadas do país na Amazônia Legal em 2024. Entre 2021 e 2024, o desmatamento associado na TI Sararé cresceu 729%. Os dados fazem parte do relatório Cartografias da Violência na Amazônia 2025, divulgado em novembro, que analisou nove estados que compõem a região. Segundo o levantamento, o principal fator associado à devastação é a expansão do garimpo ilegal na região. O relatório identificou a presença de garimpos ativos dentro da TI Sararé, com uso de escavadeiras hidráulicas, balsas e bombas de sucção. Na última semana, uma operação da Polícia Federal (PF) destruiu túneis, minas, maquinários e dezenas de acampamentos utilizados pelos garimpeiros (assista acima). Durante a ação, também foram localizados 14 bunkers, com estoques de alimentos e grande quantidade de equipamentos e insumos usados nas atividades ilegais. De acordo com o levantamento, o garimpo na TI Sararé cresceu 825% entre 2022 e 2024. A atividade passou a ser financiada e protegida por grupos armados envolvidos também com o tráfico de drogas e de armas na faixa de fronteira. A pesquisa também identificou registros de cooperação entre garimpeiros e intermediários ligados ao Comando Vermelho (CV), além da atuação de células menores do Comando Classe A (CCA) e de facções bolivianas envolvidas no comércio ilegal de ouro. O documento também ressalta que queimadas criminosas destruíram roçados e áreas consideradas sagradas pelos indígenas, além de apontar que a contaminação por mercúrio e óleo vem degradando rios e igarapés, afetando diretamente a saúde do povo Nambikwara. Força-tarefa combate garimpeiros ilegais em Sararé, terra indígena de MT mais devastada do país Reprodução JN Outros dados Com a destruição e apreensão de maquinários durante as operações, a estimativa é de um prejuízo de R$ 237,5 milhões aos grupos criminosos. Entre os itens estão 10 caminhões, um caminhão-tanque, 16 caminhonetes, 40 veículos, 12 tratores, uma balsa de apoio com motor estacionário, 12 máquinas leves e 269 escavadeiras hidráulicas. O levantamento identificou ainda a formalização fraudulenta da posse de terras dentro da reserva por meio da falsificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A análise da sobreposição de imóveis inscritos no sistema revelou 30 registros irregulares dentro da TI Sararé.
