Explosão em Alcântara: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o 1º foguete comercial lançado do Brasil

Published 6 hours ago
Source: g1.globo.com
Explosão em Alcântara: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o 1º foguete comercial lançado do Brasil

Nova imagem mostra explosão do 1º foguete comercial lançado do Brasil Nesta segunda-feira (22), o foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu após a decolagem no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O acidente ainda está sob investigação e deixou várias perguntas sem respostas. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Segundo a empresa dona do foguete, InnoSpace, uma anomalia foi identificada durante o voo, mas não deu detalhes. Um drone registrou o momento exato em que ele se desfez no ar e se transformou em uma "bola de fogo" (veja no vídeo acima). Foguete HANBIT-nano explodiu após ser lançado na Base de Alcântara, no Maranhão Reprodução/InnoSpace/Pedro Pallotta/Space Orbit Confira abaixo o que se sabe e o que ainda resta saber sobre o caso O que aconteceu com o foguete HANBIT-Nano? Houve vítimas ou danos fora da área de lançamento? O que causou a explosão do foguete? A falha foi na base de lançamento brasileira ou no foguete? O que é o sistema de terminação de voo e ele foi acionado? O foguete chegou a entrar em órbita? O que o foguete transportava? Qual foi o principal prejuízo causado pelo acidente? Qual era a importância desse lançamento para o Brasil? O lançamento geraria lucro para o Brasil? Quem está investigando o acidente? O que ainda precisa ser esclarecido? 1. O que aconteceu com o foguete HANBIT-Nano? O foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu pouco depois de ser lançado às 22h13 do dia 22 de dezembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que fica próximo a São Luís (MA). Cerca de 30 a 40 segundos após a decolagem, foi identificada uma anomalia durante o voo. Após a detecção da falha, a empresa responsável interrompeu a transmissão e adotou os protocolos de segurança previstos, que resultaram na queda do veículo dentro da área de segurança terrestre da base, segundo a FAB. Primeiro foguete comercial partindo do Brasil é lançado no Maranhão; transmissão aponta anomalia Reprodução 2. Houve vítimas ou danos fora da área de lançamento? Não. Segundo a InnoSpace e a Força Aérea Brasileira (FAB), não houve feridos nem danos a pessoas, embarcações, instalações ou bens externos à área da base. Os destroços caíram em uma área pertencente à Base de Alcântara, dentro da zona de segurança estabelecida para esse tipo de operação. 3. O que causou a explosão do foguete? A causa exata da explosão ainda não foi determinada. A empresa responsável informou que não fará conclusões precipitadas antes da análise completa dos dados do voo. Até o momento, sabe-se apenas que a anomalia ocorreu após a fase inicial da decolagem, quando o foguete já havia superado etapas como o rompimento da barreira do som (Mach 1) e se aproximava da fase de maior estresse aerodinâmico (MAX Q). Lançamento de foguete no Brasil Reprodução 4. A falha foi na base de lançamento brasileira ou no foguete? De acordo com especialistas envolvidos no projeto e com a FAB, não houve falha na infraestrutura brasileira. Os sistemas do Centro de Lançamento de Alcântara, incluindo os protocolos de segurança e terminação de voo, funcionaram como previsto. A avaliação preliminar é de que a falha ocorreu no próprio veículo, que estava em seu voo inaugural — etapa em que falhas são consideradas relativamente comuns no setor espacial. ‘Chance de êxito no primeiro tiro é baixa’, diz professor sobre foguete que explodiu no MA 5. O que é o sistema de terminação de voo e ele foi acionado? O sistema de terminação de voo é um mecanismo de segurança que interrompe a trajetória do foguete quando há risco de perda de controle, evitando que ele saia da área segura. Segundo especialistas e autoridades, esse sistema funcionou corretamente no lançamento do HANBIT-Nano, o que indica que os protocolos internacionais de segurança foram seguidos. 6. O foguete chegou a entrar em órbita? Como é o foguete Arte g1 Não. O voo teve duração de pouco mais de um minuto e foi interrompido antes que o foguete pudesse completar a trajetória necessária para entrar em órbita da Terra. A transmissão oficial foi cortada logo após a identificação da anomalia, procedimento padrão quando a missão não é concluída com sucesso. 7. O que o foguete transportava? O HANBIT-Nano levava oito cargas úteis, entre satélites e experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. Entre eles estavam: Satélites universitários voltados à coleta de dados ambientais e testes de comunicação Experimentos de navegação inercial e posicionamento por satélite Um satélite indiano para monitoramento de fenômenos solares Todas as cargas foram perdidas com a explosão. 8. Qual foi o principal prejuízo causado pelo acidente? O principal prejuízo foi científico e tecnológico, com a perda de anos de pesquisa e desenvolvimento de satélites e experimentos. Pesquisadores brasileiros envolvidos destacam o impacto emocional e acadêmico da perda, já que muitos projetos estavam prontos para sua primeira validação em ambiente espacial real. Primeiro foguete comercial lançado no Brasil explode após a decolagem 9. Qual era a importância desse lançamento para o Brasil? Esse foi o primeiro lançamento comercial de um foguete orbital a partir do território brasileiro, marcando um avanço simbólico e operacional na retomada do uso do Centro de Lançamento de Alcântara. A missão fazia parte da Operação Spaceward e envolvia cooperação entre o governo brasileiro, a empresa sul-coreana Innospace e instituições de pesquisa nacionais e internacionais. 10. O lançamento geraria lucro para o Brasil? Não. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o contrato firmado com a InnoSpace é de prestação de serviços com retribuição mínima ao Estado, sem previsão de lucro. O objetivo principal é estratégico, voltado ao desenvolvimento do setor espacial, à validação da infraestrutura e à atração de futuras missões comerciais. 11. Quem está investigando o acidente? A investigação está sendo conduzida pela InnoSpace em conjunto com a Força Aérea Brasileira e outras instituições envolvidas na missão. Equipes técnicas analisam os dados de voo e os destroços para identificar as causas da anomalia. 12. O que ainda precisa ser esclarecido? Ainda faltam respostas que só devem ser divulgadas após a conclusão da análise técnica. Por exemplo: A causa técnica exata da anomalia no foguete Se houve falha estrutural, de propulsão ou de controle Os impactos do acidente em futuros lançamentos comerciais a partir de Alcântara

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