
Servidores da Unicamp entram em greve contra projeto para mudar gestão da saúde O Conselho da Unicamp (Consu) deve votar, nesta terça (16), o projeto que propõe que o complexo de saúde seja transformado em autarquia, em meio à greve de funcionários e alunos que são contrários ao plano — entenda a mudança proposta abaixo. Cerca de 30% dos servidores da saúde estão paralisados desde segunda-feira (15), de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), e funcionários se revezam nas áreas hospitalares para garantir a manutenção dos serviços conforme previsto em lei. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Inicialmente, a votação estava prevista para acontecer no dia 2 de dezembro, mas o conselhou optou por adiá-la. Segundo a Unicamp, com a autarquização, cerca de 17% do orçamento — equivalente a R$ 1,1 bilhão — deixaria de ser destinado à saúde. Esses recursos seriam direcionados para expansão acadêmica, criação de novos cursos e infraestrutura. Para o STU, a autarquização significa a perda do "controle administrativo e financeiro do complexo" da área da saúde. Além disso, o sindicato afirma que não há garantias de que não haveria uma demissão dos funcionários em massa ou da manutenção da qualidade do atendimento de saúde de alta complexidade. Funcionários e alunos que são contrários à autarquização também afirmam que a reitoria está tentando acelerar a votação, sem discutir o plano com profundidade. O que mudaria na saúde? De acordo com a proposta, a área da saúde, que hoje integra diretamente a estrutura administrativa e orçamentária da Unicamp, seria transformada em uma autarquia chamada Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp). a proposta é de que a autarquização seja aprovada (institucional e legalmente) no primeiro semestre de 2026; a estruturação administrativa e financeira ocorreria entre 2026 e 2027, e a expansão e consolidação do projeto aconteceriam entre 2027 e 2036; a autarquia reuniria oito órgãos, incluindo o atual Hospital de Clínicas (HC) e o Hospital da Mulher (Caism); ela passaria a ser vinculada à Secretaria de Saúde de SP, para fins administrativos e orçamentários; LEIA TAMBÉM Entenda em 7 pontos como Unicamp quer transformar complexo de saúde em autarquia Impactos da greve O sindicato informou que áreas com maior impacto são os ambulatórios e as cirurgias eletivas. Já o Hospital de Clínicas afirmou que está com todas as atividades assistenciais eletivas e de urgência normais. O CAISM informou que os serviços relacionados à enfermagem foram os mais afetados. O centro também disse que os funcionários têm se alternado para participar dos atos e que a adesão deve ser maior nesta terça, por conta da votação. A Reitoria informou que não há paralisação das atividades na Unicamp. "A Reitoria respeita as diferentes formas de manifestação", disse, em nota, nesta segunda. Trabalhadores percorreram as ruas da Unicamp no fim da manhã, com faixas e acompanhados de um carro de som. No período da tarde, adentraram o Hospital da Clínicas e ao Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM). A greve, aprovada em assembleia no dia 11 de dezembro, deve ser mantida por 48 horas, até esta terça. Após a reunião do Consu, o comando de greve reavaliará a mobilização, segundo o sindicato. Manifestantes protestam contra plano de autarquização da área da saúde da Unicamp Arquivo pessoal Manifestantes protestam contra plano de autarquização da área da saúde da Unicamp Arquivo pessoal Servidores da Unicamp entram em greve e protestam contra projeto para mudar gestão do complexo de saúde Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas
