Chilenos escolhem o próximo presidente neste domingo
Eleitores do Chile vão às urnas no domingo (14) para escolher o novo presidente do país. A poucas horas de uma das eleições mais polarizadas da história do Chile, as ruas de Santiago estão tomadas de pessoas procurando presentes de Natal, aproveitando a tarde de sol, comprando flores. Não há vestígio da disputa.
No Chile, a lei diz que a campanha acaba três dias antes da votação, e todos respeitam e se preparam reservadamente para escolher no domingo entre o candidato de extrema-direita, José Anast e a candidata do Partido Comunista, Janete Rara.
Ao ser questionada pelo repórter sobre o que acha dos candidatos, Caterine pediu socorro. Os extremos políticos não são do gosto dos chilenos, ou não eram. Por quase três décadas, o governo do país foi se alternando entre presidentes de centro, centro-direita e centro-esquerda. Tudo começou a mudar em 2019 com o estalido social, a explosão de manifestações que tomou o Chile pedindo igualdade de direitos e melhores condições de vida, principalmente para jovens e idosos. Na esteira dos protestos, o país se afastou do centro e elegeu um candidato de esquerda progressista.
"Serei o presidente de todos os chilenos e chilenas", dizia Gabriel Borit , que falhou em cumprir uma das principais demandas das ruas: reescrever a Constituição. Chegou ao final do governo com uma rejeição grande.
A tentativa de reescrever a Constituição chilena foi um processo tão desgastante pro governo Borit que a praça que foi símbolo do movimento de 2019 parece ter se tornado uma imagem que representa o momento. Ela tá aos pedaços sendo reconstruída de uma forma diferente.
Nesta eleição, os candidatos não falaram mais de constituição. O que guiou o debate foram três temas: economia -- a inflação corroeu o salário dos chilenos --, mas principalmente segurança e imigração.
O Chile teve um aumento da violência nos últimos anos. A chegada de organizações criminosas internacionais assustou os chilenos com assassinatos e sequestros. Segundo números do governo chileno, a taxa de homicídios no país passou de 4,5 por 100.000 habitantes em 2018 para 6 em 2024.
A professora de ciência política da Universidade do Chile, Cláudia Ris diz que a sensação de insegurança dos chilenos não vem dos números, mas do tipo de crime. Os índices ainda mantém o país como um dos mais seguros da América Latina. Mesmo assim, é um dos mais amedrontados.
Castol imigrantes e seu combate à criminalidade inclui elogios a ditaduras, construção de presídios, encarceramento em massa, deportar ou prender imigrantes em situação irregular, construir barreiras nas fronteiras. Hara também destacou a segurança em sua campanha, prometendo construir novas prisões e modernizar a polícia.
No primeiro turno, Rara terminou à frente. Ela é ex-ministra do trabalho de Boret e, com 26% dos votos, não conseguiu aglutinar nem os eleitores que ainda aprovam o presidente, que são apenas 30%. Cast recebeu o apoio dos outros dois candidatos de direita, assumiu a dianteira e segue favorito.
Para Cláudia, isso reflete a situação do país. Ela acredita que o espírito centrista do chileno não mudou, mas ele ficou sem opções. A cidadania moderada e pragmática ficou órfã de representação.
Chile vai às urnas em eleição polarizada entre extrema-direita e Partido Comunista
Published 16 hours ago
Source: g1.globo.com
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