Centrão vê cálculo financeiro na insistência de Bolsonaro e PL na candidatura de Flávio

Published 4 hours ago
Source: g1.globo.com
Centrão vê cálculo financeiro na insistência de Bolsonaro e PL na candidatura de Flávio

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Edilson Rodrigues/Agência Senado Após 12 dias do anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro (PL), a leitura predominante nos bastidores do Centrão é a seguinte: para o PL e para Flávio, manter a candidatura pode ser um cálculo financeiro, não uma convicção. É isso, na visão de fontes ouvidas pelo blog, que explicaria a resistência do senador em disputar uma eleição em que tem boa largada, mas uma chegada muito arriscada – a última pesquisa Quaest aponta que 62% não votariam em Flávio de jeito nenhum, e que o senador perderia para Lula (PT) no 2º turno. 📱 Acesse o canal da Sadi no WhatsApp “Valdemar [Costa Neto, presidente do PL] e os Bolsonaro viraram sócios no negócio partido", diz um líder do Centrão, em reservado. “[e] O melhor negócio do mundo hoje é banco ou partido. Mas partido é melhor: não corre risco de quebrar.” Esses integrantes do Centrão trabalham para que Flávio retire a candidatura, para concentrar esforços no nome que prefere – o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) –, mas, pragmaticamente, trabalham com o cenário de o senador seguir até o fim no intento, com apoio do PL. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O centrão lê essa candidatura como um “negócio” da família e do PL: se insistir até o fim, o projeto Flávio preservaria a “marca Bolsonaro” no tabuleiro nacional – inclusive do ponto de vista comercial, onde a família vem explorando o licenciamento do sobrenome para vender de perfumes a vinhos e fazer campanhas de arrecadação via Pix, por exemplo. Manter um Bolsonaro competitivo na disputa ajuda a sustentar esse ativo simbólico e financeiro, avaliam líderes. Para o PL, uma candidatura presidencial própria competitiva (ainda que saia derrotada) ajuda a impulsionar as candidaturas ao Congresso, pois cabeça de chapa forte ajuda a eleger parlamentares e consolidar o partido como principal polo da direita. E é o número de deputados federais que define os tamanhos das parcelas que cada partido recebe do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário. Em 2022, o PL elegeu 99 deputados, fazendo a maior bancada da Câmara. A meta informal é chegar a 120, segundo líderes ouvidos pelo blog. Caso desista de Flávio e opte por apoiar Tarcísio, esse objetivo fica mais distante, e pode fazer o Republicanos, que fez 43 deputados em 2022, crescer e passar a disputar a primazia no campo da direita. Por fim, a candidatura de Flávio é vista pelo PL como um meio mais eficiente de pressionar o Congresso a acabar com o foro privilegiado – e, assim, tirar do Supremo Tribunal Federal (STF) não só as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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