
Barracas de vendedores em Copacabana no réveillon Thaís Espírito Santo/g1 “Colega, tá R$ 35, mas pra você eu faço até a R$ 20” - essa foi a frase de um vendedor de caipirinha na praia de Copacabana nesta quarta-feira (31). O g1 constatou que os preços subiram consideravelmente na véspera do Ano Novo, mesmo levando em conta as altas de verão. A variação de preços entre os ambulantes é comum nessa época do ano, mas é importante ter atenção para não cair em preços abusivos. Veja aqui a programação de shows, como chegar e o que pode levar ou não para a praia Na frente do palco principal, uma barraca chegou a cobrar R$ 100 por um guarda-sol e R$ 30 por cadeira. Algumas dezenas de metros depois, ainda próximo ao palco, o valor do guarda-sol era de R$ 60, quase metade do anterior. Nas últimas semanas, era possível pagar entre R$ 15 e R$ 30 por um guarda-sol na região, e entre R$5 e R$ 10 por uma cadeira, segundo frequentadores. Nesta quarta, as cervejas estavam sendo vendidas por valores entre R$ 10 e R$ 20. Já a caipirinha oscilava mais: um mesmo vendedor chegou a dizer que o valor era R$ 35, mas negociou e baixou para R$ 15 para tentar fechar a venda. Um mate que costuma custar R$ 10 a R$ 15 em dias comuns estava R$ 25 e um vendedor de milho explicou que em baixa temporada os preços são mais baratos para evitar que as mercadorias fiquem paradas, mas com a praia lotada no verão o preço sobe por demanda. Outro item que era bastante procurado eram capas de chuva. Nivaldo Ambrósio e a esposa Simone Ambrósio estão vendendo capas de chuva na orla. “Comprei depois que vi a previsão, trouxe 120”. A pequena custa R$ 20 e a grande R$ 40. Pra gringo é mais caro? Em meio a alta dos preços, a curiosidade na apuração: pra gringo é mais caro? Em uma resposta sincera, um dos vendedores disse que eles vêm para “gastar dinheiro mesmo” e que a moeda estrangeira é valorizada em relação ao real. “O que não pode é cobrar mil uma coisa que é R$ 20, mas se eu cobro R$ 40 e ele paga, eu só tô fazendo meu trabalho de forma honesta”, bradou. Um outro explicou que alguns fazem descontos para cariocas: “Às vezes a gente vê que a pessoa tá no corre igual a gente e vem só pra curtir”. Em relação à expectativa de lucro, muitos reclamaram da ressaca do mar, que está afastando alguns clientes e dificultando o ir e vir dos ambulantes que ficam de ponta a ponta da praia. “Não dá nem pra se animar desse jeito, não dá pra andar direito por causa das ondas, já falaram até em morte, fica difícil assim”, lamentou. O jovem João Pedro Vieira, que trabalha na praia há 4 anos vendendo milho, disse que os preços sobem naturalmente na alta temporada. “Na baixa temporada o milho fica entre R$ 10 e R$ 12, mas agora está entre R$ 15 e R$ 20 por causa da demanda. Em um dia, se vender a panela toda, dá pra fazer R$ 1,6 a 1,8 mil”, explicou o morador de Queimados. “Em um dia de baixa temporada, eu faço R$ 700, mas se hoje vender tudo eu coloco mais um saco de milho e aí posso chegar até a R$ 2 mil”. Mineiros 'acampam' perto do palco Mineiros 'acampam' perto do palco em Copa Thaís Espírito Santo/g1 A variação de preços não parecia desanimar os turistas. Um grupo de mineiros "acampou" perto da grade do palco principal do Réveillon de Copacabana, com planos de passar quase 24h no local. A jovem Nicolly Esthefani conta que a excursão chegou na praia às 9h e só sairá às 5h do dia 1° de janeiro. Ela veio com um grupo de amigos, que não conhece a festa. “A expectativa tá no alto, vamos embora só amanhã, com chuva ou sol”, afirma a moça, que é de Maravilhas, em Minas. Uma outra mineira, de Papagaio, afirma que não estão com medo da ressaca do mar. “Não, está tranquilo, a gente tá com a expectativa bem alta de que vai ser tudo perfeito”, afirma Gisllene Gonçalves. Copacabana espera 2,5 milhões de pessoas para a virada do ano
