Apagão após vendaval em SP provoca protestos e leva Justiça a impor prazo para religação da energia

Published 9 hours ago
Source: g1.globo.com
Justiça determina que Enel reestabelece energia em São Paulo em até 12 horas A Justiça de São Paulo determinou que a Enel restabeleça a energia de todas as áreas atingidas pelo vendaval de quarta-feira (10) em um prazo de até 12 horas. Neste sábado (13), quatro dias depois, quase 400 mil imóveis estão sem luz na região metropolitana. Um dia mais difícil que o outro: o vendaval foi na quarta-feira e, neste sábado à tarde, a cidade de Cotia (SP) era uma das mais afetadas pelo apagão, com 17% dos imóveis sem luz. O comerciante João José de Souza ligou o gerador para abrir sua loja. "Eu comprei esse gerador há 4 ou 5 anos. E, até na hora de funcionar, não consegui, tive que mandar arrumar. Foi gasto, foi despesa, tive que comprar bateria, porque ficou um pouco parado. Então, tudo que você faz aqui é despesa". A dona Claudia comprou água potável do João porque ela e os vizinhos não conseguem bombear água do poço. A louca está acumulada na pia. E o freezer: "Está começando a escorrer tudo. Perdemos tudo praticamente". Essas situações mostradas nos últimos três dias se juntam a outra: a dos protestos. Foram pelo menos quatro entre sexta-feira (12) à noite e este sábado. Um deles aconteceu na manhã de sábado na Zona Sul da capital, onde 250 mil imóveis passaram mais um dia sem luz. "Eu estou com a minha mãe no hospital, eu tenho uma filha pequena dentro de casa, minha mãe está com 75 anos. E a gente fica nessa situação sem água, sem luz, nessa correria", diz Kelly Carvalho, dona de casa. Na escuridão, um idoso de 92 anos caiu da escada no prédio onde mora e foi socorrido com um machucado na cabeça. Tem casas em que a energia voltou, mas só em uma fase. Assim, tem equipamento que não funciona, como a máquina de costura da dona Severina. "A máquina não liga nada porque não tem força nessas tomadas aqui", diz ela. Nas ruas, os motoristas ainda encontram semáforos apagados em avenidas importantes. Ao meio-dia de sábado, eram 88 assim. A Justiça determinou que a Enel religue imediatamente a energia sob pena de multa de R$ 200 mil por hora. Estabeleceu que o prazo máximo é de 4 horas em áreas com serviços essenciais, como hospitais e sistemas de abastecimento de água, e de 12 horas para os outros consumidores. A decisão saiu na sexta-feira à noite, e o prazo começou a contar a partir do momento em que a Enel foi notificada. Na decisão, a juíza Gisele Valle Monteiro da Rocha, entre outros argumentos, disse que "a desassistência elétrica continuada compromete a saúde, a segurança, a alimentação, o abastecimento e a própria ordem social". Pouco antes das 17h, a distribuidora de energia confirmou que recebeu a ordem judicial. "A Enel não comenta sobre as liminares, mas o que eu posso dizer é que nós estamos trabalhando incansavelmente para recuperar a energia de todas as pessoas. A nossa previsão é que no domingo nós tenhamos restabelecido os clientes dos dias 10 e 11 que foram impactados por esse ciclone extratropical", disse Marcelo Puertas, diretor da Regional Norte da Enel São Paulo. A Aline e o Ashley moram no centro de São Paulo, que ainda tem bairros sem luz. Na sexta-feira, eles saíram de casa e foram para um hotel. "A gente está gastando com hospedagem, com alimentação fora, dependendo de outras pessoas para tomar banho e para conseguir se alimentar corretamente", diz Ashley Justino Araújo, designer gráfico. Agora, eles estão indo para a casa dos pais dela, no interior do estado. "Até restabelecer a energia, porque nós não temos previsão", afirma Aline Teixeira de Carvalho, body piercer e cabeleireira.

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