
Com Selton Mello, 'Anaconda' é o 6º filme sobre a cobra gigante Muita gente pode se surpreender ao descobrir que o novo "Anaconda", primeiro filme do ator brasileiro Selton Mello ("Ainda estou aqui") em Hollywood, é o sexto da franquia estrelada pelas cobras gigantes amazônicas. g1 já viu: Nem humor certeiro de Selton Mello salva 'Anaconda' Mas quem não viu os outros cinco – ou um sequer – não precisa se preocupar. O próprio Selton também não assistiu. E avisa que não é necessário ter visto para curtir a homenagem ao original de 1997. "Eu nunca vi, para ser sincero. Não é meu tipo de filme. Eu nunca fui ao cinema para assistir a 'Anaconda'. Mas claro que eu vi algumas partes, algumas cenas na TV", diz o ator em entrevista ao g1. O novo filme troca o clima de suspense daquele estrelado por Jennifer Lopez e Jon Voight por tons mais cômicos – puxados especialmente por Selton e pelos protagonistas, Jack Black ("Um filme Minecraft") e Paul Rudd (o Homem-Formiga da Marvel). "Essa é uma coisa nova. Esqueça aquela outra coisa. É algo novo. São quatro amigos tentando fazer um filme. Eles fizeram 'Anaconda'", afirma o brasileiro. "É sobre amizade. Quer saber? Isso é loucura, mas é um filme muito emocionante, também. É um baita filme de Natal. Não é coincidência (que tenha estreado no Natal)." Já o diretor do filme, Tom Gormican ("O peso do talento"), jura que viu todos os anteriores: "Anaconda" (1997); "Anaconda 2: a caçada pela orquídea sangrenta" (2004); "Anaconda 3" (2008); "Anaconda 4" (2009); "Pânico no lago: Projeto Anaconda" (2015). "É o que dizem: costuma dar certo na sexta tentativa. O importante, para nós, é que nós amamos o 'Anaconda' original, o primeiro", fala ele. "Mas era importante para nós, ao fazer esse filme, que é totalmente original e não tem nenhum daqueles personagens, que você possa ver sem ter assistido a nenhum deles." Selton Mello, Steve Zahn e Jack Black em cena de 'Anaconda' Divulgação Brasil de mentirinha Com a ajuda de seu corroteirista em "O peso do talento" (2022), Kevin Etten, Gormican escreve mais uma história com forte carga de metalinguagem – ou seja, aquelas em que mundos fictício e real se espelham e se confundem. Black e Rudd interpretam dois amigos de meia-idade com ambições cinematográficas fracassadas cujo filme favorito é o "Anaconda" original. Por isso, vão à Amazônia para gravar por conta própria uma continuação/recomeço da aventura com a cobra gigante. Para simular a floresta amazônica brasileira, o estúdio – na vida real – escolheu rodar produção na Austrália. "Muitas vezes, em filmes de grandes estúdios – do qual esse é meu primeiro –, há muitos fatores que não tem nada a ver com você. Então, há preocupações logísticas e de orçamento e coisas que não te dão escolha em termos de local de gravação", fala o diretor. "Mas para nós era importante que o filme fosse uma espécie de homenagem ao Brasil e tivesse música brasileira e instrumentalização na trilha sonora. E nós mandamos uma equipe para filmar lá na Amazônia – e escalar alguém como o Selton traz muita autenticidade." Jack Black em cena de 'Anaconda' Divulgação O estado futuro de Selton Mello dá vida a um criador de sucuris, espécie também conhecida como "anaconda", que perde o melhor amigo em uma gravação. "Eu já fiz comédia, drama, tanta coisa. E o que o Tom propôs foi não atuar como comédia. Atuar de verdade", diz Selton. "Por exemplo, eu tenho a cobra, o Heitor, como um amigo, como uma pessoa muito querida. Então, eu falo de uma forma assim séria sobre nosso relacionamento, sobre nossa amizade de anos, e isso torna tudo ainda mais engraçado e muito real." Quando seu primeiro longa-metragem americano foi anunciado, em janeiro, Selton estava no meio da campanha vitoriosa de "Ainda estou aqui" ao Oscar – que resultou no prêmio inédito para o Brasil, na categoria de melhor filme internacional. "Isso mexeu com a nossa autoestima, né?" "Foi muito importante pro mundo ficar ligado no que a gente faz e nos nossos incríveis talentos na frente e atrás das câmeras – e uma autoestima dos brasileiros com o que nós produzimos. E isso é uma coisa muito importante também", afirma o ator. Aos 52 anos, o mineiro planeja agora uma participação no filme chileno "La perra", adaptação do livro da colombiana Pilar Quintana. Depois, ele vai dirigir e estrelar uma adaptação de "O alienista", de Machado de Assis. "Para mim, pessoalmente, eu estou vivendo um momento muito parecido com o momento quando eu fiz a transição de ator para diretor, porque naquele momento eu queria experimentar algo novo. Parece que eu sentia que precisava me expressar de uma forma mais ampla", afirma ele. "É importante o artista se manter sempre vivo e criativo e excitado com o que ele faz, sabe? E eu estou exatamente nesse estado. É um estado." Selton Mello e Fernanda Torres em 'Ainda Estou Aqui' Divulgação
